“Aqui é Bolsonaro!”, gritou o assassino, antes de disparar contra o aniversariante e dirigente do PT, em Foz do Iguaçu, no Paraná
MAMEDE SAID (*)
Antes mesmo de iniciada a campanha eleitoral propriamente dita, os métodos do bolsonarismo se disseminam de forma preocupante.
Vários atos covardes antecederam o brutal assassinato do guarda municipal e militante do PT em Foz do Iguaçu, Marcelo Aloizio de Arruda, sem que providências enérgicas tenham sido tomadas pelas autoridades competentes.
Drone e bomba jogada em atos públicos de Lula; homens invadindo evento fechado de lançamento do programa de governo do PT para xingar o ex-presidente e Alckmin; ataque ao carro do juiz que requisitou à Polícia Federal a prisão do ex-ministro Milton Ribeiro.
Ontem, uma manifestação na Esplanada dos Ministérios fazendo apologia e pedindo a ampliação do porte de armas de fogo.
Como era previsível, Jair Bolsonaro se manifestou reclamando que digam que o assassino de Foz do Iguaçu é seu apoiador. Como se os gritos que o atirador proferiu, antes de acertar a vítima, não fossem “aqui é Bolsonaro”.
Em sua manifestação, o capitão atacou os partidos de esquerda, querendo transferir responsabilidades. Nenhuma palavra de conforto aos familiares e amigos da vítima. Nenhuma palavra de condenação à violência como forma de fazer política. Do mesmo jeito que fez com o assassinato de Bruno Pereira e de Dom Phillips.
Com o assassinato de Genivaldo de Jesus Santos, que morreu asfixiado numa viatura da PRF. Do mesmo jeito que agiu com as vítimas da pandemia, debochando do sofrimento e da dor de milhões de brasileiros.
Um homem insensível, belicoso e estúpido, que a cada dia comprova seu despreparo e total inaptidão para o cargo que exerce.
(*) Professor e ex-diretor da Faculdade de Direito da UNB