Escolas e creches da cidade de Suzano, na Grande São Paulo, retomaram as atividades nesta segunda-feira (18), após o período de luto oficial decretado pelo prefeito Rodrigo Ashiuchi. A Escola Estadual Raul Brasil, local do massacre realizado na última quarta-feira, onde morreram cinco estudantes e duas funcionárias, abriu as portas para atividades de apoio psicológico a funcionários alunos, e familiares das vítimas.
Os funcionários que desejarem passar por atendimento psicológico podem ir até o local a partir das 10h de hoje. O segundo dia, terça-feira (19), é voltado para os alunos. E o terceiro dia, na quarta-feira (20) é aberto para a comunidade. As atividades de apoio psicológico poderão ser individuais ou coletivos. Ainda não há previsão de retorno às atividades escolares.
De acordo com a Secretaria Estadual de Educação, o planejamento dessas atividades contará com o apoio de profissionais do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), dos centros de Atenção Psicossocial (Capes) da prefeitura de Suzano, além de outras secretarias do governo do estado.
A proposta para o acolhimento é desenvolver atividades livres, como oficinas, terapias em grupos, rodas de conversa, depoimentos, compartilhamento de boas práticas, entre outras.
Ainda de acordo com o governo, uma rede de apoio, formada por instituições públicas e privadas, atuou no fim de semana, prestando atendimento psicológico e especializado na Diretoria Regional de Ensino de Suzano e no Capes do município, além de visitas domiciliares às famílias das vítimas.
Na manhã desta segunda-feira (18) alunos puderam retornar à escola para buscar os materiais deixados para trás durante o ataque. Eles foram recebidos com flores e abraços das pessoas que estavam no momento. Maria Eduarda Levino, de 14 anos, é estudante do primeiro ano do Ensino Médio. Ela ganhou uma flor na escola quando foi pegar a mochila que estava guardada na sala da diretoria.
“A sensação é estranha. Você passa no local que aconteceu e lembra de tudo. Parece que agora é que caiu a ficha. Eu estava na cantina, ouvi os tiros, foi tempo de olhar para trás e correr para a cozinha. Ganhar essa flor foi uma coisa boa, porque a gente se sente acolhido. Ganhei muitos abraços lá dentro. Eu volto sim porque o que tinha que acontecer, já aconteceu”, diz Maria Eduarda.
Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos entraram na Escola Raul Brasil atirando. Após matarem oito pessoas e deixar outras 23 pessoas com diversos tipos de ferimentos, Guilherme atirou na cabeça de Luiz Henrique e se matou em seguida.
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