Desesperado por votos, Jair Bolsonaro prometeu, em programa eleitoral na TV, aumentar o auxílio emergencial para R$ 800 para as pessoas que conseguirem emprego.
Porém, no Orçamento para 2023, enviado pelo seu governo, está previsto o pagamento de apenas R$ 405, portanto, um claro sinal de estelionato eleitoral diante de sua crônica desvantagem na disputa presidencial.
No programa eleitoral, Bolsonaro falou que os beneficiários “receberão mais R$ 200 se começarem a trabalhar. Vai ser R$ 800 mais o salário do trabalho”.
Jair Bolsonaro aumentou o valor do auxílio até dezembro e concedeu benefícios para algumas categorias, como taxistas e caminhoneiros, somente até o final do ano.
Para não esbarrar na legislação eleitoral, teve que instaurar um “estado de emergência” fictício. A proposta ficou conhecida como PEC do Desespero, pois só foi realizada porque Lula está liderando a disputa eleitoral com grande vantagem.
Ao mesmo tempo em que fala em programas eleitorais e em entrevistas que já está tudo acertado com Paulo Guedes para manter o auxílio de R$ 600, Bolsonaro age para que ele seja encerrado ainda em 2022, que é o que está na lei que enviou ao Congresso.
Os benefícios duram apenas até dezembro e não estão previstos no Orçamento de 2023. Ele está preparando mais um estelionato eleitoral, ou seja, promete uma coisa, mas, na verdade, na decidiu por um valor inferior. Nada muito diferente do que fez no início da pandemia quando ofereceu um auxílio emergencial de apenas R$ 200. Foi necessário uma forte reação da sociedade para que o Congresso Nacional, mobilizado pela Oposição, estendesse esse valor para R$ 600.
Pressionados a endossar a mentira, membros do governo falam que o dinheiro para o pagamento de R$ 600 – agora elevado para R$ 800 – surgirá de futuras “reformas”.
Em 2018, o então candidato divulgou materiais de campanha prometendo o gás de cozinha, “no máximo”, R$ 35, gasolina a R$ 2,5 por litro. Enquanto presidente, permitiu que o preço da gasolina chegasse a R$ 7 por litro e o botijão de gás a R$ 130.
Bolsonaro também prometeu acabar com a corrupção, mas extinguiu a Operação Lava Jato, esvaziou órgãos de controle, interferiu na Polícia Federal e instaurou sigilo de 100 anos para diversos assuntos que envolvem seus filhos – investigados por corrupção. Isso sem falar nas denúncias envolvendo dois dos principais ministérios: o da Saúde, no caso da negociata com a vacina indiana Covaxin; e o da Educação, com as trapaças intermediadas por pastores indicados pelo próprio chefe do Executivo.
Além disso, disse que não faria alianças com corruptos, mas se filiou ao PL de Valdemar da Costa Neto, condenado por corrupção, e abriu as portas do governo federal para eles, entregando cargos e instituições que tomam conta de bilhões de reais.
O atual governo entregou, ainda, parcela significativa do orçamento da União para parlamentares em troca de apoio político no Congresso Nacional, disponibilizando R$ 19 bilhões através do chamado orçamento secreto, um dos maiores, senão o maior escândalo de corrupção da história republicana.