
Em audiência pública realizada na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP), na última terça-feira (03), dezenas de alunos e professores da rede de ensino Laureate se manifestaram contra a demissão em massa realizada na última semana de junho.
A Laureate, multinacional que controla 12 universidades em todo o país, demitiu 94 docentes da Universidade Anhembi Morumbi (UAM), 66 na FMU e 20 no grupo FIAM/FAAM no período citado. A intenção do grupo é transferir as disciplinas que eram lecionadas presencialmente por esses professores para o ensino à distância (EAD), formando o que chamam de “Educação Flex” e reduzindo custos e a qualidade do ensino. Segundo o estudante de Direito na FMU, Lucas Santos, até mesmo professores que estavam orientando TCC’s foram demitidos.
Revoltados, os estudantes e professores procuraram o deputado Carlos Gianazzi (PSOL), que é membro da Comissão de Educação da ALESP, para que fosse realizada uma audiência pública. Para o presidente do Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro-SP), Celso Napolitano, presente na audiência, “como num cartel, as mantenedoras estão definindo entre si faixas salariais muito baixas como parâmetro para as novas contratações”.
Reforçando a análise do sindicalista, outros grupos de ensino superior privado também realizaram demissões para que prevalecesse o ensino à distância na grade de alunos que pagam por ensino presencial. É o caso da Estácio de Sá e da Faculdade das Américas (FAM), que também tiveram representantes na audiência.