O porta-aviões Theodore Roosevelt já tem sua primeira baixa em decorrência do surto de Covid-19, cuja denúncia, pelo capitão do navio, Brett Crozier, levou à sua exoneração e, posteriormente, à renúncia do chefe interino da Marinha de Trump, Thomas Modly.
Um marinheiro cujo contágio havia sido detectado no dia 30 de março, que fora colocado em quarentena já na ilha de Guam e recebera alta quatro dias antes. Ele estava na UTI desde o dia 9. São 580 os casos de Covid-19 entre os 4.800 marinheiros – inclusive o capitão Crozier.
Em nota, a Marinha dos EUA asseverou que ele estivera “em isolamento na Base Naval de Guam e recebido checagem médica duas vezes por dia” de parte das suas equipes médicas. Outros marinheiros permanecem hospitalizados.
Ao deixar o porta-aviões, Crozier foi entusiasticamente aplaudido pela tripulação, enquanto Modly, que foi ao navio no dia seguinte para ofender o capitão afastado, foi repudiado aos gritos de “vá para o inferno”.
A principal preocupação de Crozier era garantir a vida dos 4.800 tripulantes, enquanto seus superiores na cadeia de comando só queriam saber de cuidar da “embarcação de US$ 6 bilhões” e de manter a pressão contra a China no Pacífico.
Como Crozier alertou, é impossível manter normas de quarentena a bordo de um navio de guerra e, portanto, proteger seus homens da pandemia.
A carta de Crozier aos altos mandos da Marinha acabou vazando, e sua cabeça fora pedida por Trump, segundo Modly – que acabou tendo que renunciar, devido ao enorme desgaste por seu desprezo pela vida dos marinheiros e desmoralização ao dar piti na visita ao Theodore Roosevelt.
Por sua vez, a Marinha francesa lançou uma operação sem precedentes para desembarcar e colocar em quarenta 1.900 tripulantes do porta-aviões Charles de Gaulle e sua escolta, que atracaram no domingo em Toulon, após registro de 50 casos de Covid-19 a bordo.
De acordo com a Marinha francesa, a operação foi realizada de forma escalonada, para minimizar o risco de novas infecções.
Todos os tripulantes ficarão sob isolamento durante duas semanas em instalações militares da região e a partir de terça-feira, o porta-aviões e suas aeronaves serão desinfetados.