Após ouvir ontem o reverendo Amilton Gomes de Paula, a CPI da Pandemia questiona hoje, a partir das 9h, o ex-diretor substituto do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Marcelo Blanco da Costa. Ele foi exonerado do cargo em janeiro.
Blanco participou do jantar em restaurante de Brasília onde foi feita a proposta de pagamento de US$ 1 de propina na comercialização de doses da vacina AstraZeneca.
O pedido de depoimento de Blanco foi do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que espera, com a oitiva, ser “possível esclarecer a notícia veiculada pelo jornal Folha de S. Paulo de que o governo Bolsonaro teria pedido propina de um dólar por dose de vacina por meio do diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias”.
Em depoimento à CPI em 1º de julho, o policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira — que se definiu como representante da Davati Medical Supply — afirmou que recebeu pedido de propina de US$ 1 por dose do ex-diretor Roberto Dias em troca de assinar contrato de venda de vacinas AstraZeneca com o ministério.
O pedido de propina, de acordo com o vendedor, foi feito no dia 25 de fevereiro deste ano, em jantar no restaurante Vasto, em um shopping de Brasília, onde esteve presente Marcelo Blanco, que o teria apresentado a Roberto Dias.
O ex-diretor do Ministério da Saúde, Roberto Dias, que recebeu voz de prisão ao final de seu depoimento aos senadores no dia 7 de julho, afirmou, inicialmente, que seu encontro com Dominguetti e Blanco no restaurante em Brasília foi casual, mas depois assumiu — a partir de áudios exibidos na comissão — que Blanco sabia que ele estaria no local.
Por diversas vezes citado em depoimentos anteriores à CPI, Marcelo Blanco é tenente-coronel da reserva.
Fonte: Agência Senado