Ex-ministro de Bolsonaro recebia propina e era “pilar institucional” da fraude no INSS

Ahmed Mohamed (José Carlos de Oliveira), ex-ministro da Previdência e ex-presidente do INSS na gestão Bolsonaro (Foto: Jefferson Rudy - Agência Senado)

Segundo investigação da PF, ele recebia propina de R$ 100 mil. Autorizou o repasse de R$ 15,3 milhões à Conafer sem a devida comprovação das filiações de aposentados à entidade

A investigação da Polícia Federal (PF) aponta que o ex-ministro da Previdência, José Carlos Oliveira (que mudou o nome para Ahmed Mohamad Oliveira), como “pilar institucional” da fraude. Ele comandou a pasta durante o governo Jair Bolsonaro (PL).

Segundo a PF, “várias das mensagens interceptadas” geram “fortes indícios de que o esquema criminoso envolvendo o investigado José Carlos Oliveira estava em pleno funcionamento também no período em que ele era ministro de Estado do Trabalho e Previdência Social do Brasil”. 

Como diretor de Benefícios do INSS e, depois, ministro do Trabalho e Previdência, Ahmed autorizou repasses ilegais e recebido vantagens indevidas, segundo a PF.

Planilha de fevereiro de 2023 registra o pagamento de R$ 100 mil a “São Paulo Yasser”, apelido usado por ele, segundo a investigação.

Mensagens de WhatsApp mostram agradecimentos de Ahmed a Cícero Marcelino, operador financeiro do esquema, após supostos pagamentos.

A PF também identificou que Ahmed autorizou o repasse de R$ 15,3 milhões à Conafer sem a devida comprovação das filiações de aposentados à entidade. Decisão que teria reativado e ampliado a fraude, atingindo mais de 650 mil benefícios previdenciários.

“Essa liberação foi feita em desacordo com o regulamento interno e sem exigir documentos comprobatórios, o que possibilitou que a CONAFER retomasse e ampliasse a fraude de descontos em massa”, cita a decisão do STF que deflagrou a operação da PF.

PRISÕES E DESDOBRAMENTOS

Além de Stefanutto, foram presos:

Antônio Carlos Antunes Camilo, “Careca do INSS”, apontado como articulador do esquema;

André Paulo Félix Fidélis, ex-diretor de Benefícios do INSS;

Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, ex-procurador-geral do INSS;

Thaisa Hoffmann, empresária e esposa de Virgílio;

Vinícius Ramos da Cruz, presidente do ITT (Instituto Terra e Trabalho);

Tiago Abraão Ferreira Lopes, diretor da Conafer; e

Cícero Marcelino de Souza Santos e Samuel Chrisostomo do Bonfim Júnior, ligados à Conafer.

A CGU (Controladoria-Geral da União) participa das investigações, que ainda buscam identificar o destino dos recursos desviados e outros agentes públicos envolvidos.

(Com informações da Agência Brasil)

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