
A festa pela vitória da França na Copa do Mundo de 2018 que reuniu centenas de milhares na avenida Champs Elyseés, durante o dia de domingo, foi sucedida por um tumulto de grandes proporções em Paris e ainda em Lion e na cidade portuária de Marselha.
Jornais locais informam da prisão de 292 pessoas. 45 policiais ficaram feridos nos confrontos. Dos 292 detidos no quebra-pau, 90 permaneceram presos para mais averiguações, como informa o chefe de polícia, Michel Delpuech. Duas pessoas morreram e centenas ficaram feridos.
Enquanto a mídia exaltava a miscigenação da equipe campeã com um escrete lotado de jogadores africanos ou filhos de africanos de primeira geração na França, a repressão e negativa em receber refugiados ou imigrantes africanos em solo francês segue seu curso de violência, fronteiras fechadas e deslocamentos forçados. Além disso, a discrepância entre as condições de vida dos mais aquinhoados entre os franceses e a dos descendentes de imigrantes que se instalaram nos bairros mais pobres produz uma tensão constante que volta e meia explode em tumultos como o ocorrido ao final da festa pela conquista da Copa.
É o caso da revolta que eclodiu nos bairros franceses de Orvault, Reze, Nantes, Breil e Bellevue, apenas cinco dias antes, quando os moradores mais jovens souberam da decisão de manter em liberdade o policial responsável pela morte do jovem Aboubakar Fofana (cujos pais emigraram da Guiné no início dos anos 1990), durante uma batida policial, ocorrida em Nantes, no dia 3.