O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou neste sábado (17) a morte do apresentador Silvio Santos, o definindo como “a maior personalidade da história da televisão brasileira”. Lula também lembrou da trajetória do dono do SBT e prestou condolências aos familiares, amigos e fãs.
“Com seu talento e carisma, lançou e deu apoio a muitos talentos da televisão, do humor e do jornalismo. Era uma das pessoas mais conhecidas e queridas do nosso país. Ao longo dos anos, nos encontramos em programas de TV, reuniões e conversas, sempre com respeito e carinho. A sua partida deixa um vazio na televisão dos brasileiros e marca o fim de uma era na comunicação do país”, disse o presidente em sua conta no X.
Silvio Santos morreu aos 93 anos, na madrugada deste sábado (17), no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde estava internado desde o dia 2 de agosto. O apresentador tinha voltado ao hospital poucos dias depois de receber alta médica devido a um quadro de H1N1.
Silvio Santos deixa seis filhas, que devem comandar o SBT a partir de agora. O apresentador nunca se afastou do comando da emissora, mas seus filhos já trabalham no empreendimento do pai.
MARCO DA TELEVISÃO
Silvio Santos é um marco na história da televisão brasileira. Nos últimos 60 anos, ele esteve no ar, ao vivo e passou pelas principais emissoras de TV do país, incluindo a rede Globo, até que abriu a sua própria, o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT).
Filho do casal Alberto Abravanel e Rebeca Caro, Senor Abravanel nasceu no Rio de Janeiro, em 12 de dezembro de 1930, e, desde cedo, envolveu-se em negócios para ajudar a família.
Um dos capítulos mais conhecidos de sua vida remota à juventude, quando trabalhou como camelô nas ruas da capital carioca, vendendo capas para títulos de eleitor.
Silvio tem sua história já é contada em um seriado (O Rei da TV) e em um filme, esse que será lançado em 5 de setembro.
Em parceria com Manoel da Nóbrega, Silvio estreou nas telinhas em 1962, no programa Vamos Brincar de Forca, na TV Paulista.
No ano seguinte, estreou o Programa Silvio Santos, que, desde 1963, está no ar no país.
Para Maurício Stycer, biógrafo do apresentador e autor do livro “Topa Tudo Por Dinheiro”, Silvio buscou a televisão e o rádio como uma maneira de ampliar os negócios e conseguir o próprio canal.
Foi em 1976, quando o general Ernesto Geisel, um dos presidentes do período da ditadura militar, concedeu a Silvio a TVS (TV Studios) do Rio de Janeiro. Quase cinco anos depois, em 1981, ele fundou o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT).
No SBT, Silvio criou um jeito próprio de fazer televisão. Diferente das outras emissoras, a sua tinha constantes mudanças na grade, pouco espaço para jornalismo, programas inusitados e apostas que poucos fariam, como o seriado Chaves e as novelas mexicanas, que marcaram gerações de tanto sucesso que fizeram.
Vale lembrar que em 1989, na primeira eleição presidencial do Brasil após a ditadura militar, Silvio Santos decidiu candidatar-se a presidente da República. A entrada de Silvio na disputa eleitoral causou impacto e a Justiça Eleitoral recebeu 18 pedidos de impugnação da chapa que ele encabeçava.
De acordo com pesquisas realizadas na época, a candidatura de Silvio Santos chegou a ter 30% das intenções de voto.
Contudo, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou a ilegalidade da candidatura, que não teria respeitado os prazos previstos em lei. Assim, em 9 de novembro de 1989, por decisão unânime, a Corte impugnou a chapa. A votação ocorreu em 15 de novembro de 1989 e elegeu Fernando Collor de Mello presidente da República.
Nas eleições de 2018, Silvio Santos apoiou Jair Bolsonaro chegando inclusive a participar de eventos oficiais com o já eleito presidente. Seu genro, Fabio Faria, foi ministro das Comunicações do governo Bolsonaro.