
Cartel do bancos consultados pelo BC mantém Selic nas alturas em 2025: 15%
As instituições financeiras consultadas pelo Banco Central mantiveram a pressão pelo aumento dos juros em 15% no final do ano, segundo o Boletim Focus do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (17). A pressão para que os juros sigam subindo no Brasil se dá às vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, nesta terça-feira (18), para decidir os rumos da taxa Selic, hoje em 13,75%.
O resultado da reunião do Copom só será conhecido no início da noite de quarta-feira (19), mas o mercado aguarda que o BC cumpra com a sinalização feita em janeiro deste ano, de subir a taxa em mais 1 ponto percentual, de 13,25% para 14,25% ao ano, mantendo o Brasil campeão mundial de juro real.
O Bradesco projeta a Selic em 15,25% ao ano no fim do ciclo de aumentos da taxa pelo BC, de acordo com relatório da instituição financeira, assinado pelo diretor de pesquisas e estudos econômicos, Fernando Honorato, que avalia que a inflação se manterá acima do teto por conta da “depreciação cambial e do aumento dos preços dos alimentos”.
A valorização do dólar e o aumento dos preços dos alimentos – que vem sendo puxado pelas disparadas pontuais de alguns preços de commodities alimentícias, como carnes, ovos e café no mercado internacional, por exemplo – não podem ser afetadas pela política contracionista monetária do BC.
Já o Itaú revisou a sua estimativa para a Selic de 15,75% para 15,25%, marca que seria atingida ao final do primeiro semestre, que se manteria pelo restante do ano. Por sua vez, o espanhol Santander colocou a Selic em 15,50% no final de dezembro.
Ajudados pelo aumento do nível da Selic, os bancos Itaú, Bradesco e o espanhol Santander lucraram juntos em 2024 cerca de R$ 75 bilhões, um crescimento de 22,1% em relação a 2023. No ano passado, o Itaú obteve um lucro líquido histórico de R$ 41,4 bilhões (crescimento de 16,2% em relação a 2023), o do Bradesco atingiu R$ 19,5 bilhões (alta de 20% frente do ano anterior) e o do Santander somou R$ 13,9 bilhões (47,8% de crescimento ante 2023)
No Boletim Focus, a expectativa de inflação para 2025 teve leve queda de 5,68% para 5,66%, uma das justificativas para o arrocho monetário pelo cartel dos bancos. Para o PIB (Produto Interno Bruto) de 2025, a projeção de crescimento recuou de 2,01% para 1,99%.