
Os trabalhadores da Embraer e da chamada Yaborã Indústria Aeronáutica foram colocados em licença remunerada, nesta terça-feira (21), quando voltavam das férias coletivas. O comunicado foi feita pela manhã, com os funcionário do primeiro turno já dentro da fábrica.
A justificativa, segundo o comunicado interno, é de que todos os funcionários no Brasil entrarão em licença, exceto os da EDE (Embraer Divisão de Equipamentos) para realizar “ajustes e testes em seu sistema”.
Com a criação da Yaborã, a aviação comercial ficou sob sua jurisdição, enquanto a Embraer deixou de fabricar aviões em São José dos Campos com suas atividades concentradas em desenvolver projetos nesta unidade.
A Yaborã foi criada como uma empresa de transição para incorporar a área comercial e a engenharia para depois incorporá-la à Newco, empresa criada para ter 80% das ações nas mãos da Boeing e 20% da Embraer. Cerca de dez mil trabalhadores tiveram seus contratos transferidos, no dia 1º de janeiro, para a Yaborã. Permanecem na Embraer apenas 3.500.
Desde terça, cerca de 2 mil funcionários, dos 12 mil que ficavam na matriz, passaram a ser transferidos para a fábrica do distrito de Eugênio de Melo, que possuía outros 1.500.
Os aviões executivos e militares são produzidos na cidade de Gavião Peixoto (SP) e na Flórida, Estados Unidos.
Para o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, o anúncio de licença remunerada é preocupante porque já passaram quatro meses, desde a data-base da categoria metalúrgica, e até agora nem a Embraer nem a Yaborã assinaram o Acordo Coletivo de Trabalho. Esta situação deixa os trabalhadores sem garantia de direitos.
“A incerteza sobre o futuro desses trabalhadores só aumenta. Agora eles não são nem Embraer nem Boeing. A entrega para a norte-americana, se for concretizada, será o fim de 50 anos de história. O Sindicato permanece na luta contra essa transação comercial e em defesa dos empregos, seja na Embraer, na Yaborã ou na Boeing”, diz o diretor do Sindicato André Luiz Gonçalves, o Alemão.