
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, sindicatos e demais entidades de trabalhadores do Banco do Brasil, assim como o Comitê de Luta em Defesa do Banco do Brasil, rebateram esta semana um vídeo institucional divulgado pelo presidente do BB, Fausto Ribeiro, dirigido aos funcionários e aposentados do banco, onde, em uma atitude descabidamente eleitoreira, tenta afastar o temor de privatização do banco.
No vídeo, Fausto Ribeiro diz que as notícias que circulam entre os trabalhadores sobre a intenção de Bolsonaro e da equipe econômica de privatizar o BB “são infundadas e levianas”. Para os representantes dos funcionários do banco, no entanto, os temores de privatização têm fundamento, haja vista as recentes e constantes declarações de Bolsonaro e Guedes.
“O presidente do Banco do Brasil veio a público para dizer que os debates sobre a possível privatização do banco e os riscos para a Cassi [Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil] e para as nossas aposentadorias são baseadas em informações ‘infundadas e levianas’. Se é assim que ele classifica as declarações e palavras do ministro da Economia Paulo Guedes e do presidente da República, o que podemos dizer?”, questiona o Comitê de Luta em Defesa do Banco do Brasil.
Para as entidades sindicais, “tudo que os funcionários estão fazendo é repercutir e mostrar os vídeos, as entrevistas e declarações das próprias autoridades. Foram eles que falaram em privatizar o BB, vender as estatais para fazer caixa, congelar aposentadorias e salários”.
As entidades denunciam também o desmonte da instituição, como o “fechamento de agências, a redução do quadro de pessoal, a redução da carteira de crédito e outras medidas”, que o governo tem levado a cabo nos últimos quatro anos.
Segundo o Comitê de Luta em Defesa do Banco do Brasil e demais entidades, “negar evidências e desqualificar dezenas de declarações do Presidente e do ministro às vésperas da eleição só tem um sentido: tentar conter não o pânico, mas a tomada de consciência dos funcionários, aposentados e seus familiares temerosos com a privatização do banco e seus efeitos”.
“A revista Veja, por exemplo, divulgou uma entrevista, recentemente, na qual o presidente e candidato à reeleição afirma que as privatizações serão potencializadas em um eventual segundo mandato“, aponta o sindicalista João Fukunaga, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB). “Em maio de 2020, a mesma revista publicou uma matéria sobre uma reunião ministerial em que Guedes já cobrava a venda do BB. No mesmo encontro, Bolsonaro disse que o plano seria vender o BB em 2023”.