O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, rejeitou o convite de Bolsonaro para participar, no Planalto, da cerimônia de recepção do desfile de veículos blindados, armamentos e outros equipamentos da Força de Fuzileiros.
O presidente do STF está no Rio de Janeiro e decidiu não vir a Brasília para a cerimônia.
O desfile faz parte da Operação Formosa da Marinha.
Segundo a Marinha, o comboio partiu do Rio de Janeiro e passará pela capital federal, a caminho do Campo de Instrução de Formosa (CIF).
Ao passar pelo Palácio do Planalto, serão entregues convites ao chefe do executivo federal e ao ministro da Defesa, Walter Souza Braga Netto, para comparecerem à Demonstração Operativa, que ocorrerá no dia 16 de agosto, em Formosa.
A Operação Formosa é o maior treinamento militar da Marinha no Planalto Central.
Embora o desfile aconteça anualmente desde 1988, é a primeira vez que os tanques passarão pelo centro de Brasília.
Bolsonaro convidou Fux, Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, e Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, após críticas sobre o desfile militar.
Parlamentares viram no desfile de tanques uma tentativa de Bolsonaro de intimidar o Congresso devido à votação nesta terça-feira da PEC do voto impresso pela Câmara.
O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), afirmou que encara “como uma trágica coincidência” a realização da operação justamente no dia da provável votação da PEC do voto impresso.
“Não é que eu apoie essa demonstração. É bem verdade que essa Operação Formosa acontece desde 1988 aqui em Goiás, então não é alguma coisa que foi inventada. Mas também nunca houve um desfile na Esplanada dos Ministérios, na frente Palácio do Planalto”, afirmou.
“Com relação à votação, nós não deveremos ter problema. Se os deputados quiserem, a gente pode adiar a votação. Eu quero acreditar que este movimento já estava programado. Só não é usual. Não sendo usual, em um país que está polarizado, isso dá cabimento para que se especule algum tipo de pressão”, completou o presidente da Câmara.
Para o vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), “um Parlamento independente e ciente das suas responsabilidades constitucionais é mais forte que tanques nas ruas”.
“Sobre essa história de tanques nas ruas. Não quero crer que isso seja uma tentativa de intimidação da Câmara dos Deputados, mas, se for, aprenderão a lição de que um Parlamento independente e ciente das suas responsabilidades constitucionais é mais forte que tanques nas ruas”, escreveu no Twitter o deputado Marcelo Ramos (PL-AM), vice-presidente do Congresso.