
O general Walter Braga Neto toma posse na terça-feira (18) no comando da Casa Civil do governo Bolsonaro em substituição a Onyx Lorenzoni (DEM) que foi sendo esvaziado no cargo até ser substituído pelo ex-interventor na Segurança Pública do Rio de Janeiro. Onyx foi transferido para o Ministério da Cidadania que era ocupada pelo deputado Osmar Terra (MDB), que volta para a Câmara dos Deputados.
Braga Neto esteve à frente da intervenção na Segurança Pública do Rio de janeiro decretada no governo de Michel Temer. Ele deixou a função em 31 de dezembro de 2018.
Durante o período que esteve na função de interventor no Rio de Janeiro, o general tomou ciência dos graves problemas vividos pelo Estado e sua capital. Esteve sob sua responsabilidade o saneamento e o reaparelhamento da Segurança Pública, iniciados mas não concluídos, além do mapeamento da atuação do crime organizado e das milícias, muitas delas infiltradas nos órgãos públicos e nos meios políticos.
Na Casa Civil, o general, primeiro militar a ocupar o cargo desde o governo de João Batista Figueiredo, terá o desafio de tocar funções importantes na burocracia federal, como administrar as nomeações para cargos de confiança no topo da máquina pública, tanto na administração direta quanto em fundações e autarquias. Também será responsável pela coordenação e integração das ações do governo, além do monitoramento e avaliação da gestão de toda a administração pública federal.
Outra mudança feita por Bolsonaro na dinâmica do Planalto foi a transformação a Secretaria de Assuntos Estratégicos em um órgão subordinado diretamente à Presidência da República. O órgão, que estava subordinado à Secretaria-Geral da Presidência. Para responder pela pasta, Bolsonaro nomeou o almirante Flávio Augusto Viana Rocha, que substituiu o servidor público Bruno Rossi. Entre as funções da SAE está assessorar a Presidência da República na definição de estratégias para a formulação de políticas públicas de longo prazo.
Com a mudança, perde força a ala palaciana mais ligada a Olavo de Carvalho. Filipe Martins, que vinha assessorando o presidente em questões internacionais, defensor de um alinhamento ainda mais automático e submisso aos EUA e Israel, terá que prestar contas ao almirante. As posições extremadas de Martins, muitas delas estimuladas pelo quase embaixador do Brasil nos EUA, Eduardo Bolsonaro, vinham desagradando setores militares. Ainda que Martins continue à frente da elaboração de assuntos internacionais, ele terá de submeter seu trabalho à chefia de um militar.