O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, afirmou neste domingo (27) que a “diretriz operacional” para atuação de militares no desbloqueio de rodovias é negociar para “evitar conflitos”. “Desejamos, o mais rápido possível, a solução desse desafio, a fim de mitigar as dificuldades crescentes da população. “Reafirmamos como diretriz operacional o foco no bem-estar social e na perene negociação para evitar conflitos entre os atores diretamente envolvidos”, escreveu o general.
Villas Bôas informou que se reuniu na sala do alto comando do Exército com o ministro da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, e outros militares para uma vídeo-conferência com responsáveis por áreas de atuação na “solução da ‘greve dos caminhoneiros’. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), até as 22h deste sábado (26), havia 554 pontos de bloqueio nas estradas do país. Segundo a PRF, contudo, a maior parte é de bloqueios parciais, “sem prejuízo à livre circulação”.
Sem perceber que o movimento está tão forte que não precisa fazer bloqueios e que os caminhoneiros estão garantindo a circulação de produtos essenciais, Michel Temer achou que poderia jogar os militares contra os caminhoneiros e baixou um decreto que estabelece: “Fica autorizada a requisição, pelas autoridades envolvidas nas ações de desobstrução de vias públicas determinadas pelo Decreto nº 9.382, de 25 de maio de 2018, dos veículos particulares necessários ao transporte rodoviário de cargas consideradas essenciais.”
Villas Bôas insiste que as autoridades cheguem logo a um acordo com os grevistas para que não haja nenhum “perigo público”. Neste domingo (27), Temer voltou a se reunir com ministros para avaliar a situação. Ele esteve com 10 ministros e o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid. O governo espera que pode fechar um novo acordo com caminhoneiros, já que na outra reunião ele escolheu os interlocutores errados. Eles não representavam a categoria.