Erro grotesco fez o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, pedir informações diretamente aos Estados
O Ministério da Saúde passou informações erradas para o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a quantidade de seringas e agulhas disponíveis nos estados, afirmam os secretários estaduais de Saúde.
No ofício enviado pelo Ministério ao STF consta que sete estados (Acre, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco e Santa Catarina) não teriam quantidade suficiente de insumos para começar a vacinação.
Na verdade, os estados estão prontos para começar a vacinação.
Segundo o governo Bolsonaro, o Estado da Bahia só teria 232 mil seringas. Porém, o Estado conta com 10,2 milhões de seringas e já comprou mais 19,8 milhões de seringas e agulhas. A entrega de 4 milhões acontecerá ainda em janeiro e mais 4 milhões em fevereiro. O restante será entregue até junho.
No total, a Bahia terá 30 milhões de unidades.
No caso de Pernambuco, o Ministério informou que o Estado só teria 1,2 milhão de seringas e agulhas. A Secretaria da Saúde negou a informação e afirmou que já tem 3,9 milhões em estoque e vai receber mais 2,8 em janeiro. Outras 7,5 milhões de unidades já foram compradas e chegarão até o fim de fevereiro. A soma dá 14,2 milhões de seringas e agulhas.
No Mato Grosso do Sul, onde o Ministério afirmou ter apenas 160 mil agulhas e seringas, a Secretaria de Saúde disse já ter 2,5 milhões em estoque.
O Estado do Espírito Santo já tem 1,7 milhão de seringas e já garantiu a compra de mais 6 milhões, que serão entregues até o fim de janeiro. O governo estadual está negociando a compra de mais 10,5 milhões de unidades.
A Secretaria de Saúde de Santa Catarina afirmou que já tem mais de 3 milhões de agulhas e 9,5 milhões de seringas em estoque e que já distribuiu uma parte entre os municípios. Outras sete milhões de agulhas e 500 mil seringas chegarão no Estado dentro na semana que vem.
Na Paraíba, a Secretaria afirmou que o Ministério da Saúde passou para o STF informações desatualizadas. O Estado tem agulhas e seringas suficientes para começar a vacinar sua população.
O erro grotesco do Ministério da Saúde fez o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, intimar Estados a informarem a quantidade de agulhas e seringas que possuem em seus estoques no prazo de cinco dias.
Lewandowski pediu ainda que os Estados informem quanto desse material será destinado para o plano de vacinação, ao atendimento de ações ordinárias de saúde pública e a no plano específico contra a Covid-19.