
Confederação Israelita do Brasil (Conib) reclamou das declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenando o genocídio da ditadura israelense sobre o povo palestino
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) reclamou das declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenando o genocídio da ditadura israelense sobre o povo palestino.
A entidade disse que as críticas são “antissemitas e “irresponsáveis”. Denunciar o assassinato de mais de 50 mil civis em Gaza, na maioria mulheres e crianças, pelo governo de Netanyahu, para a Conib, seria “antissemitismo”.
“Acusar judeus de matar crianças é uma das formas mais antigas e deploráveis de antissemitismo”, mente a Conib, como se criticar os crimes do regime de tirania de Netanyahu fosse ser antissemita.
As declarações dos integrantes da Conib são puro cinismo e hipocrisia. O que Lula está criticando não é a opção religiosa ou cultural de ninguém. O que ele está fazendo é expressar sua repulsa – que é hoje de praticamente todo o mundo – a um regime nazista e racista que bombardeia casas, campos de refugiados, hospitais, escolas e que não deixa entrar comida na faixa de Gaza para matar de fome a população de mais de dois milhões de palestinos que vivem na região. Não tem nada de errado e muito menos de antissemitismo nas declarações de Lula.
“É lamentável e perturbador que o presidente do nosso país siga promovendo este libelo antissemita pelo mundo”, prossegue um trecho da nota. Mas o que é lamentável mesmo é que existam pessoas que se dizem religiosas e que são capazes de defender os assassinatos em massa e o extermínio da população palestina patrocinado pelas hordas de Netanyahu e seu regime da apartheid.
Perturbador é ver crianças morrendo de fome enquanto as fronteiras de Gaza continuam fechadas pelas tropas israelenses e dizer que criticar isso é antissemitismo. O “libelo” que estamos assistindo não é contra os judeus, como insinua a Conib. É contra a ditadura israelense que está praticando o holocausto palestino.
Durante uma coletiva de imprensa realizada em Moscou, Lula corretamente caracterizou a situação em Gaza como um genocídio sob “pretexto de matar terroristas”.
“Já houve caso de [Israel] explodir hospital onde não tinha nenhum terrorista, só mulheres e crianças”, disse o presidente Lula. E não é ele que está dizendo. É o mundo inteiro que está assistindo. Demagogicamente, a organização expressou preocupação com o impacto desse tipo de discurso, que poderia acarretar problemas para a comunidade judaica. Mas, o que pode realmente causar problemas para qualquer um é alguém justificar ou apoiar o genocídio palestino.