
Ministro do Empreendedorismo do governo Lula (PT) divulgou vídeo em que afirma que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tentou “humilhar” mais de 10 milhões de libaneses, sírios e árabes
O ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), divulgou, na última sexta-feira (20), vídeo em que afirma que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), “humilhou” libaneses, sírios e árabes ao posar para fotos enrolado em bandeira de Israel durante a Marcha para Jesus, realizada na última quinta-feira (19), em São Paulo.
No vídeo, França afirma que o Estado paulista sempre acolheu todos os imigrantes e que mais de 10 milhões de pessoas que moram em São Paulo têm origem libanesa, síria e árabes.
“Sinceramente, fazer esse gesto de humilhação apoiando alguém para poder humilhar esses povos é um erro grave do governador”, afirmou.
E acrescentou: “São Paulo é um Estado da Federação. Não tem que se meter em guerra de ninguém”.
O ministro fez referência aos recentes ataques de Israel, comandado por Benjamin Netanyahu, contra o Irã, o Sul do Líbano, a Síria e a Faixa de Gaza.
EVENTO DE CAMPANHA POLÍTICO-ELEITORAL
Evento, tido como religioso, arrastou milhares de pessoas pelas ruas de São Paulo. O trio elétrico da 33ª edição da Marcha para Jesus reuniu, na última quinta-feira, autoridades como o prefeito da cidade, Ricardo Nunes (MDB), o governador Tarcísio de Freitas, e o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), André Mendonça, que é protestante.
O evento tinha grande quantidade de bandeiras de Israel. Com interpretação do Velho Testamento, grupos chamados de evangélicos acreditam no retorno de Jesus à Terra para comandar o Juízo Final, com o renascimento de Israel, ou seja, o Estado criado pela ONU (Organização das Nações Unidas), após a Segunda Grande Guerra, em que o judaísmo é a principal religião.
Judaísmo e protestantismo nada tem a ver um com o outro. A principal diferença entre o judaísmo e o cristianismo — o protestantismo é religião cristã —, está ligada ao “Mashiach”, ou Messias. Para os cristãos, o Messias foi Jesus Cristo. Para os judeus, o Messias ainda virá. Ou seja, os judeus ignoram Jesus.
CANDIDATO A PRESIDENTE
Em cima do trio, Tarcísio de Freitas, cotado como candidato à Presidência da República em 2026, posou para fotos com bandeira israelense enrolada no corpo ao lado do presidente da Conib (Confederação Israelita Brasileira), Cláudio Lottenberg.
O presidente Lula (PT), embora tenha sido convidado, não participou do evento e foi representado pelo advogado-geral da União, Jorge Messias, que entregou carta do petista aos organizadores da celebração.
ISRAEL: PROJETO GENOCIDA
O planeta atravessa fim de semana de suspense. Desde a noite da última quinta-feira (12), horário de Brasília, os bombardeios de Israel a centrais nucleares, instalações militares e cidades iranianas ressuscitaram o medo de nova guerra no Oriente Médio.
Em meio às reações do Irã, que retaliou os bombardeios, há o receio de escalada, que pode terminar com uso de armas nucleares, que têm potencial para se alastrar para outras regiões.
Para especialistas, as origens do conflito entre Israel e Irã estão na disputa pela ampliação das esferas de influência no Oriente Médio. De um lado, um país que tem ocupado territórios de palestinos e é acusado de cometer genocídio na Faixa de Gaza.
De outro, um país persa, que passou décadas financiando grupos contrários ao Estado israelense.
O professor de geopolítica da ESG (Escola Superior de Guerra), Ronaldo Carmona, ressalta que Israel encontrou ‘janela de oportunidades’ para atacar o Irã, mesmo com dificuldades internas no governo de Benjamin Netanyahu. Ele ressalta que o país tem projeto de tirania no Oriente Médio.