A deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, criticou nesta quarta-feira (29) a avaliação do boletim Focus – elaborado pela Faria Lima – prevendo uma alta da inflação para forçar a elevação das taxas de juros.
“Às vésperas da reunião do Copom (Conselho de Política Monetária) do Banco Central, o pessoal do boletim Focus projeta aumento da inflação para 5,50% este ano”, denunciou a deputada.
“Ainda bem, para o Brasil, que eles erraram todas as “projeções” catastrofistas sobre o comportamento da inflação e todos os outros indicadores econômicos nos últimos quatro anos”, destacou a parlamentar paranaense, que está cotada para assumir a Secretaria Geral da Presidência do governo Lula.
A pasta atualmente é comandada por Márcio Macedo, que auxilia diretamente o presidente na coordenação da articulação governamental, no relacionamento com a sociedade civil e na gestão das políticas estratégicas do governo.
A deputada tem se caracterizado por criticar com frequência a política monetária restritiva adotada pelo Banco Central na gestão de Roberto Campos Neto e que, ao que tudo indica, terá prosseguimento na gestão de Gabriel Galípolo.
Para a presidente do PT, “é inacreditável que essas apostas sem base, expressão do desejo deles [do mercado financeiro], ainda sejam levadas em conta nas decisões do BC sobre assuntos tão sérios como a taxa básica de juros”, observou a parlamentar.
O Copom se reúne na tarde desta quarta-feira (29) para definir a taxa de juros básica da economia, a taxa Selic, que está hoje em 12,25% ao ano. Será a primeira reunião do conselho sob a presidência de Galípolo, que foi indicado pelo presidente Lula. A pressão do mercado financeiro e de seus porta-vozes é pelo aumento de um ponto percentual sobre a taxa atual.
O Brasil tem hoje a segunda maior taxa de juros reais do mundo, perdendo apenas para a Turquia. Além de estrangular o setor produtivo e o consumo da população, essa taxa de juros da Selic – definida pelo BC – tem provocado uma transferência anual de quase um trilhão de reais do orçamento geral para os bancos.
O juro praticado pelo BC é disparado o principal responsável pela elevação descontrolada do endividamento do país. Esta política monetária associada ao arrocho fiscal imposto pela Fazenda tem paralisado as ações do governo e causado desgaste do presidente Lula.