
O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), afirmou que a Amazônia tem o direito de transformar suas riquezas naturais em progresso social e defendeu a exploração de petróleo na Margem Equatorial como parte desse processo. Durante participação em um evento no Guarujá (SP), ele criticou duramente a diferença de critérios adotados em relação à região amazônica e outras partes do país, ao lado do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).
Para Barbalho, é injustificável impedir a realização de pesquisas em alto-mar na costa amazônica. “Não consigo aceitar como razoável que impeçam uma pesquisa a 540 quilômetros da foz do Amazonas para saber se há petróleo, enquanto, a apenas 200 quilômetros da praia de Copacabana, há perfuração do pré-sal. Por que em Copacabana pode e na Amazônia não? Será que não temos o direito de transformar nossa riqueza em progresso social?”, questionou, sob aplausos do público.
O governador reforçou que o Brasil não pode se dar ao luxo de abrir mão de explorar suas reservas energéticas diante das desigualdades que persistem no país, especialmente na região Norte. Ele defendeu que o debate sobre a atuação da Petrobras na Margem Equatorial seja feito com seriedade, sem contaminação ideológica. “Isso não é uma questão de preferência, é de necessidade. Precisamos gerar oportunidades para nossa população”, disse.
Barbalho lembrou que, apesar de seu papel essencial na conservação ambiental, a Amazônia amarga os piores índices sociais do Brasil. “Somos responsáveis pela conservação de uma enorme parcela da floresta, mas em troca temos os piores indicadores sociais, como baixo Índice de Desenvolvimento Humano e alta taxa de desemprego”, pontuou.
Ele também ressaltou que o Pará tem trabalhado para combinar crescimento econômico com preservação, citando práticas como a pecuária com floresta em pé e a liderança do estado na mineração sustentável. “O Pará é hoje uma referência na mineração sustentável e também em boas práticas produtivas na Amazônia”, destacou. Barbalho ainda reforçou o protagonismo que o estado assumirá ao sediar, em 2025, a Conferência do Clima da ONU (COP30), em Belém.