
O governo iraniano anunciou operações de captura de agentes do Mossad e da CIA infiltrados no país e à quinta coluna, com as autoridades anunciando 700 prisões e a execução de seis espiões flagrados com armas e explosivos, em resposta aos assassinatos seletivos de cientistas e altos mandos.
De acordo com a agência de notícias Fars News Agency, “a rede de espionagem israelense se tornou altamente ativa dentro do país” desde o início do ataque de Israel ao Irã em 13 de junho. A Fars informou que, ao longo de 12 dias, as forças de inteligência e segurança iranianas prenderam “mais de 700 indivíduos ligados a essa rede”.
Durante a agressão israelense/norte-americana ao país, não apenas cientistas e altos mandos foram emboscados evidenciando a penetração dos serviços secretos estrangeiros, como tanto o primeiro-genocida Netanyahu quanto Trump deixaram evidente que sonhavam com uma operação de mudança de regime, que fracassou.
Netanyahu teve a desfaçatez de posar com o filho do detestado Xá Reza Pahlavi, derrubado pela Revolução Islâmica, “oferecendo” ao povo iraniano que estava bombardeando a volta aos velhos bons tempos de domínio das petroleiras anglo-americanas e de ditadura, depois do golpe que depôs em 1953 o primeiro-ministro, Mossadegh, que queria nacionalizar o petróleo.
Segundo o carniceiro de Tel Aviv, o povo iraniano iria aplaudir suas bombas, marchar contra os aiatolás e devolver o trono ao filho do ditador.
Trump por sua vez deu nome à sua vontade de uma mudança de regime pra chamar de sua: MIGA, “Make Iran Great Again”, isto é, de novo colônia dos norte-americanos.
Assim, a quinta coluna está tendo que prestar contas ao povo iraniano, que sofreu 627 mortos, entre civis e militares, e mais de 5000 feridos, nos ataques de Israel a edifícios residenciais, instalações militares, empresas locais e instalações nucleares em todo o Irã.
CREDIBILIDADE DA AIEA MINADA PELOS BOMBARDEIOS
Em paralelo, o parlamento iraniano aprovou a suspensão das relações com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) até que esteja garantida a segurança das instalações nucleares iranianas, que os EUA bombardearam sem que a AIEA sequer manifestasse uma condenação ao ataque, proibido sobre o Tratado de Não Proliferação e a Carta da ONU.
Teerã denunciou que o diretor da AIEA, Rafael Grossi, minou a credibilidade da agência e da não-proliferação, ao fabricar um informe vago, que foi posto em votação e não foi aprovado e, depois de dois dias de pressões, imposto ao Conselho de Governadores da entidade. Horas depois, começava o bombardeio israelense ao Irã.
Manipulação a que se somou o engano, de parte do governo Trump, da confirmação da realização de negociações diplomáticas com o Irã em Omã no dia 15, quando Washington já aprontara com Tel Aviv o ataque do dia 13. E a declaração de que iria decidir pelo bombardeio ou não das instalações nucleares iranianas em “duas semanas”, quando bombardeou exatamente dois dias depois.
Como destacou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, os EUA e Israel minaram a credibilidade da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) ao usar informações da agência para planejar ataques a instalações nucleares iranianas.
“O fato de instalações nucleares iranianas sob o controle da AIEA terem se tornado alvos de mísseis americanos e israelenses é um desafio aberto ao TNP”, disse Zakharova em uma coletiva de imprensa na quarta-feira.
A credibilidade do sistema global de verificação da agência, que foi usado como fonte de informação para o planejamento do bombardeio, está em questão. Portanto, os EUA e Israel são “responsáveis pelos danos colossais causados às atividades da AIEA, por mais que tentem culpar Teerã”, disse a porta-voz.
“ACORDO DE PAZ POSSÍVEL DESDE QUE PAREM COM DESRESPEITO AO POVO DO IRÔ
“Se o presidente Trump realmente quer um acordo, deve abandonar o tom desrespeitoso e inaceitável em relação ao líder supremo do Irã, o aiatolá Khamenei, e parar de ferir seus milhões de seguidores mais sinceros”, declarou.
Nesse comentário, Trump se gabara de ter poupado o líder religioso de uma “morte humilhante”. “Eu sabia exatamente onde ele estava se escondendo, e não permiti que Israel ou as Forças Armadas dos EUA – de longe as maiores e mais poderosas do mundo – tirassem sua vida”, escreveu Trump em sua rede Truth Social.
O chanceler iraniano lembrou que “a complexidade e tenacidade dos iranianos são bem conhecidas em nossos magníficos tapetes, tecidos após incontáveis horas de trabalho árduo e paciência”. Ele destacou que o país segue uma “premissa básica” “simples e direta”: “Conhecemos nosso valor, valorizamos nossa independência e nunca permitiremos que ninguém mais decida nosso destino”.
Em sua postagem, Trump, que está vendo sua declaração de que “obliterou” com seu bombardeio a instalação nuclear de Fordow desacreditada até mesmo pela inteligência do Pentágono, havia dito a repórteres que “sem dúvida” voltaria a bombardear o Irã caso este voltasse a enriquecer urânio.