
A governadora do Paraná, Cida Borguetti (PP), retirou da pauta da Assembleia Legislativa do estado, nesta terça-feira (10), o projeto de lei que previa reajuste salarial aos servidores do executivo para 2019.
O projeto destina o reajuste de 1% (índice abaixo da inflação) ao funcionalismo, e durante a tramitação recebeu uma emenda elevando o índice para 2,76%, e que teve o apoio de 31 dos 54 deputados.
Com a emenda, o reajuste do executivo seria igualado ao dos demais servidores (Tribunal de Justiça, Defensoria Pública, Tribunal de Contas, Ministério Público e Assembléia Legislativa), que tiveram esse índice de 2,76% aprovado na Assembleia na segunda-feira, 9. Com o aumento seriam beneficiados 310 mil servidores em todo o estado que sofrem com o arrocho salarial imposto por Beto Richa e Borguetti.
No entanto, a governadora barrou todos os aumentos. Retirou o projeto do executivo de pauta e vetou o reajuste aprovado na segunda-feira, afirmando que quer “deixar esta discussão para após o período eleitoral para não politizar este tema”.
O deputado estadual Márcio Pacheco (PPL) repudiou a decisão: “Três anos brigando por uma reposição inflacionária que já beira os 12%. Cria-se a notícia de que a governadora estaria disposta a discutir essa reposição de 2,76%. Mas o desfecho foi pior que o começo. Declaramos o nosso repúdio e nossa vergonha por tudo que aconteceu nesta tarde na Assembleia. Demonstra quem é e como é esse governo que se dispõe a disputar as eleições no Paraná”, afirmou Pacheco.
Os servidores estão sem reajuste desde 2016, quando o governador à época, Beto Richa (PSDB), congelou o reajuste salarial até 2019. Cida alega que o aumento dos servidores prejudicaria o acordo feito com a União que estabelece limites de gastos nos anos de 2018 e 2019. Os servidores protestam: “A decisão é um ato de desrespeito a toda negociação que foi feita até agora, aos servidores (as) e aos (as) deputados que se mostraram favoráveis ao reajuste de 2,76%”.