
Na manhã desta segunda-feira (16), o governo do Rio de Janeiro realizou reunião do Gabinete de Crise, criado pelo governador Wilson Witzel para combater com mais intensidade a propagação do Covid-19 no estado.
O governo decretou que bares e restaurantes só poderão realizar serviço de delivery ou retirada para viagem. Academias e clubes também serão temporariamente fechados.
Os transportes de entrada e saída da capital fluminense serão totalmente interrompidos, visando fazer uma “barreira” para que o contágio não se prolifere no interior do estado.
De acordo com o governador, as praias do Rio também poderão ser interditadas para evitar aglomerações. Durante o último final de semana, a Defesa Civil orientou as pessoas a deixarem as praias, alertando a população parta o alto risco de contágio.
Em um vídeo feito na Praia Vermelha, na zona sul do Rio de Janeiro, um áudio de um alto falante diz: “Bom dia. A Defesa Civil estadual pede à população que evite aglomeração nas praias. Por favor, para a sua segurança, dos seus vizinhos, amigos e familiares, volte para casa. O momento é de conscientização. Faça a sua parte e ajude a prevenir e controlar o coronavírus. Você sempre conta com o Corpo de Bombeiros. Podemos contar com você? Obrigado.”
PACIENTE EM ESTADO GRAVE
Também nesta segunda-feira, a Secretaria Estadual da Saúde do Rio confirmou o seu primeiro caso de paciente infectado com coronavírus em estado gravíssimo. O paciente é um médico, de 65 anos, que apresentou sintomas de febre alta, tosse e dificuldades respiratórias no dia 11 de março.
O médico não viajou nos 14 dias anteriores ao começo dos sintomas e também não entrou em contato direto com nenhum caso confirmado nem suspeitos do Covid-19.
O secretário de Saúde do Estado, Edmar Santos, fez um alerta para que a população se preocupe e fique em casa, durante entrevista ao “Bom Dia Rio”, da TV Globo.
“As pessoas só devem sair de casa agora se tiverem que trabalhar, não conseguirem trabalhar de casa em home office, se forem comprar comida ou remédio ou se tiverem que ir ao médico. Se eu não tiver nenhuma dessas situações, tenho que ficar em casa”, recomendou o secretário.
Segundo a previsão de Santos, até meados do mês de abril, o Rio poderá ter 24 mil casos da doença. Porém o quadro pode ser evitado se a população levar a sério as medidas preventivas anunciadas pelo governo. Até o balanço do último sábado, o Rio chegou a 24 pessoas infectadas pelo coronavírus. Ainda segundo a Secretaria Estadual de Saúde, foram identificados também outros 76 casos suspeitos.
“Com exceção dos casos de trabalho, compra de alimentos ou ida a médicos, as pessoas devem ficar em casa. Se a medida for tomada, a transmissão deixa de ser de uma para três e passa a ser de um para um. Com isso, podemos ficar com três mil ou quatro mil casos”, completou Edmar.
FALTAM LEITOS
De acordo com o secretário uma das maiores preocupações é a falta de leitos, sendo necessário disponibilizar mais vagas e buscar a iniciativa privada.
“Todos os leitos que existem estão ocupados, daí o esforço de a gente abrir esses leitos dentro de 30 ou 40 dias e também estamos com uma conversa com o setor privado para conseguir abrir mais leitos ainda. Agora é importante dizer o seguinte: se nada for feito no sentido de as pessoas obedecerem as determinações de ficar em casa, a gente dentro de um mês pode ter 24 mil casos”, reforçou.