
Os outros 49% foram entregues à Mitsui em 2015
A direção da Petrobrás deu início na noite de quinta-feira (27) ao processo de privatização da Gaspetro, subsidiaria da Petrobrás, que detém participações societárias em diversas companhias distribuidoras de gás natural do País.
O governo Bolsonaro está se desfazendo de uma empresa altamente lucrativa. Segundo o último relatório contábil, referente ao período de nove meses findo em 30 de setembro, a Gaspetro obteve um lucro líquido de cerca de R$ 219 milhões. Atualmente a Petrobrás detém 51% da Gaspetro. Os outros 49% foram entregues pelo governo Dilma Rousseff à japonesa Mitsui, em 2015.
Em 2019, o volume total de gás distribuído pela Gaspetro foi de 29 milhões metros cúbicos/dia, atendendo cerca de 500 mil clientes, por meio de uma rede de distribuição de mais de 10 mil quilômetros de gasodutos.
Em outro comunicado, a direção da Petrobrás informou que também irá vender campos de gás localizado em Merluza (em operação desde 1993) e Lagosta (em operação desde 2009), ambos na Bacia de Santos.
No ano passado, o governo entregou ao capital estrangeiro as malhas de gasodutos da Petrobrás operadas pela subsidiária TAG e a distribuição e comércio de derivados de combustíveis, a BR Distribuidora. Além disto, entregou para o banco Itaú Unibanco a distribuidora de gás liquefeito (Liquigás), e desativou a fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados S/A (ANSA/Fafen-PR) – a única fábrica de fertilizantes do País que opera com “resíduo asfáltico” – resíduo da destilação a vácuo do petróleo.
Com a desativação fábrica de fertilizantes, os petroleiros fizeram uma greve nacional de 20 dias e barraram a demissão de 396 funcionários da Fafen. Após nove horas de negociação, na quinta-feira (27), intermediada pelo TST, a direção da Petrobrás manteve a demissão dos funcionários.
DESMONTE
Com a venda das subsidiárias da Petrobrás, o governo Bolsonaro está enfraquecendo uma das maiores companhia de petróleo do mundo. Recentemente torrou na bolsa de valores de São Paulo e de Nova York ações da Petrobrás que pertenciam à União, através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Não bastasse isto tudo, Bolsonaro está queimando as reservas de hidrocarbonetos, campos de petróleo e gás altamente produtivos localizados no Pré-sal.
Para o ex-funcionário da Petrobrás e consultor aposentado da Câmara dos Deputados e do Senado, Paulo Cesar Lima, “a Petrobrás está sendo destruída. O Pré-sal é tão lucrativo, tão rentável, que a estão focando tudo, os recursos que nós temos, na perfuração de poços do Pré-sal”.
“Esse processo insano de privatizações de ativos da estatal são ilegais e inconstitucionais, apesar da decisão do STF. Tudo ocorrendo sem licitação, a Petrobrás está sendo destruída, entre aspas, sem licitação”, denuncia o engenheiro.