
PT lança vídeos mostrando injustiça fiscal no país e cobrando “impostos BBB” (cobrança de Bancos, Bilionários e Bets)
A decisão do Congresso Nacional de derrubar o decreto do presidente Lula, que elevou as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) fere disposições constitucionais, que dão exclusivamente ao Executivo o direito e o poder de alterar as alíquotas do IOF. O governo avalia a decisão de entrar com um questionamento junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a constitucionalidade da decisão do Congresso.
O Planalto defende que os mais ricos paguem mais impostos. Neste sentido, o partido do governo (PT) lançou neste sábado (28) vídeos de propaganda onde questiona a injustiça fiscal existente atualmente no Brasil. No vídeo o povo mais pobre aparece carregando o peso maior dos impostos em relação à população mais rica.
Os bolsonaristas, sempre contrários aos interesses do povo, comemoraram a derrubada do decreto do presidente Lula e passaram a exigir que o governo faça cortes drásticos nos programas sociais e nos investimentos públicos. A luta pelos recursos do Orçamento está, portanto, entrando numa fase aguda.
É hora de rachar a conta Brasil de forma mais justa: quem tem mais paga mais. Quem tem menos, paga menos. E quem é a favor do povo, aprova essa ideia. pic.twitter.com/TCdjVDebrX
— PT Brasil (@ptbrasil) June 28, 2025
O slogan do filme do PT é “imposto BBB”, que significa impostos para Bancos, Bilionários e Bets. Atualmente há, segundo o próprio Ministério da Fazenda, uma evasão fiscal que atinge centenas de bilhões de reais.
Só para citar um exemplo, os chamados fundos multimercado, que captam recursos internos para investir no exterior, assim que foram taxados, imediatamente pularam e pressionaram o ministro da Fazenda, que cedeu e manteve a isenção para esses bilionários. O Agro, por conta da Lei Kandir, não paga impostos, nem o de exportação e nem as contribuições para a Previdência.
Os grandes números da economia brasileira reforçam a afirmação do filme do PT, de que a base da sociedade é o setor mais prejudicado na distribuição dos recursos do Orçamento Público.
Os bancos e demais rentistas, por exemplo, recebem todos os anos, a título de juros, em torno de um trilhão de reais do Orçamento da União. Esse montante que sai do Orçamento é maior do que tudo o que vai para a Saúde, Educação e Assistência Social somados. Mais cerca de outro trilhão de reais vão para as grandes empresas na forma de isenções fiscais de todos os tipos.
A sociedade exige a redução dos juros que, além de drenarem os recursos públicos, asfixiam o setor produtivo do país. Acoplado a isso, o governo Lula tem um projeto, já apresentado ao Congresso Nacional, de isentar o Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e taxar os mais ricos, que ganham mais de R$ 50 mil. Esta taxação seria feita através da cobrança de imposto sobre lucros e dividendos, que são as principais formas de remuneração dos milionários, e que são totalmente isentas de imposto no Brasil. Aliás, no mundo inteiro, só o Brasil e a Letônia isentam lucros e dividendos.
O líder do PT, Lindbergh Farias, destacou que a derrubada do decreto ocorreu após o governo apresentar uma medida provisória que previa taxação das casas de apostas (“bets”), dos grandes bancos e dos fundos LCI/LCA, que hoje são isentos de imposto de renda. Ele acredita que isso provocou reação das elites econômicas que operam no Congresso: “As bets têm muito poder no parlamento. Os bancões também. Só o Itaú, com a isenção de JCP, tem vantagem de R$ 5 bilhões”, denunciou.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, publicou nesta sexta-feira (27), nas redes sociais, argumentos a favor da política do governo. Ele diz que “gerar emprego e renda é prioridade número 1 do presidente Lula”. Já a ministra da Articulação Política do governo, a deputada Gleisi Hoffmann, disse que “a derrubada dessa medida exigiria novos bloqueios e contingenciamentos no Orçamento, prejudicando programas sociais e investimentos importantes para o país, afetando inclusive a execução das emendas parlamentares”.