
Os petroleiros seguem em greve com adesão de novas unidades da Petrobrás atingindo, neste 12º dia de paralisação, 108 unidades em 13 estados. Conforme o balanço divulgado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e pelo Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro), em todo o país são mais de 20 mil trabalhadores parados.
De acordo com a entidade, nesta quarta-feira os trabalhadores das plataformas PUB-2 e PUB-3, que operam no litoral do Rio Grande do Norte, e os petroleiros das plataformas no Espirito Santo e na Bacia de Campos também estão aderindo à greve.
A categoria luta pela suspensão do fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), e das 396 demissões previstas para terem início na sexta-feira (14), e o cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho. Na região, o fechamento da fábrica vai atingir cerca de 3 mil trabalhadores indiretos.
Segundo a FUP, diante do crescimento da greve, ao invés de negociar a direção da empresa tem partido para o ataque. “Na tentativa de dividir os trabalhadores, a gestão da Petrobrás parte para o ataque. Além de criminalizar a greve perante o judiciário, bloqueia o acesso dos petroleiros às unidades, impedindo a categoria de cumprir a liminar que a própria empresa obteve junto ao Tribunal Superior do Trabalho”, diz a entidade.
A Federação também denuncia que as retaliações contra os petroleiros “incluem agora descontos nos contracheques, o que só aumenta a indignação da categoria, que segue aderindo espontaneamente à greve, de norte a sul do país”.
Segundo nota da empresa, que aplicou desconto no salário dos grevistas no adiantamento do dia 10, “o desconto independe do julgamento sobre a legalidade da greve”. A empresa também informou que no dia 21, quando ocorrerá o próximo pagamento, será realizado novo desconto dos dias não trabalhados.
Mas, segundo as entidades, apesar de preferir o confronto, a direção da empresa tem sofrido derrotas, como o parecer do procurador regional do Trabalho da 1ª Região, Márcio Octávio Vianna Marques, que indeferiu o mandado de segurança impetrado pela empresa na tentativa de expulsar os cinco dirigentes sindicais que seguem há 13 dias ocupando uma sala no edifício sede da estatal, no Rio.
Conforme o último quadro nacional da greve informado pela FUP, até esta quarta-feira (12), a greve atinge 50 plataformas, 11 refinarias, 23 terminais, 7 campos terrestres, 5 termelétricas, 3 UTGs (Unidades de Tratamento de Gás), 1 usina de biocombustível, 1 fábrica de fertilizantes, 1 fábrica de lubrificantes, 1 usina de processamento de xisto, 2 unidades industriais e 3 bases administrativas, englobando os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Amazonas, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.