O Ministério da Saúde palestino denunciou que o ataque israelense de 11 meses a Gaza já matou pelo menos 41.118 palestinos e feriu outros 95.125
O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, reiterou sua exigência de um cessar-fogo imediato em Gaza após o ataque israelense à escola al-Jaouni que matou pelo menos 18 pessoas, incluindo seis trabalhadores humanitários da Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA).
“Essas violações do direito internacional humanitário precisam acabar agora”, afirmou Guterres, assinalando que “o que está ocorrendo em Gaza é totalmente inaceitável”.
Acrescentou que é uma “matança sem fim e sem sentido”, já que o número de funcionários das Nações Unidas mortos desde o início da guerra sobiu para pelo menos 220.
William Deere, diretor do Escritório de Washington da UNRWA, disse à Al Jazeera que as forças israelenses alvejaram um total de 190 instalações administradas pela ONU no curso da guerra, “muitas delas mais de uma vez”. Isso apesar da agência compartilhar suas coordenadas de GPS com os militares israelenses.
Testemunhas registraram que o ataque genocida à escola administrada pela ONU, localizada no campo de refugiados de Nuseirat, despedaçou mulheres e crianças, enquanto a UNRWA manifestou que as baixas entre seus funcionários representaram o “maior número de mortos” em um único incidente na guerra de 11 meses.
Milhares de palestinos deslocados, a maioria mulheres e crianças, estavam abrigados nas proximidades al-Jaouni, de acordo com a UNRWA, quando as forças israelenses realizaram dois ataques aéreos ao prédio, na quarta-feira (11).
O gerente do abrigo conduzido pela ONU também estava entre os mortos.
UNRWA: NINGUÉM ESTÁ SEGURO EM GAZA
A UNRWA assinalou que os ataques de quarta-feira marcaram a quinta vez que a escola foi atingida desde que a guerra de Israel em Gaza começou em outubro passado. “Ninguém está seguro em Gaza. Ninguém é poupado”, disse em um post nas redes.
Al-Jaouni é pelo menos a sexta escola a ser alvo de bombardeios ou ataques aéreos israelenses desde 1º de agosto. Dezenas de milhares de palestinos expulsos de suas casas por ofensivas israelenses e ordens de evacuação estão se abrigando em escolas de Gaza.
“Matanças sem fim e sem sentido, dia após dia”, condenou o comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini.
OMS: CARNIFICINA EM GAZA DEVE PARAR
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), também expressou que “a carnificina em Gaza deve parar”.
“Nenhuma palavra pode refletir o verdadeiro horror e a perda de vidas em Gaza”, afirmou, assinalando que “hospitais, escolas e abrigos foram repetidamente bombardeados, resultando em mortes de civis e humanitários.”
O correspondente Tareq Abu Azzoum, da Al Jazeera, relatando do local do ataque, disse que houve uma “enorme quantidade de destruição” na escola enquanto o cheiro de sangue impregnava o ar.
“Podemos ver enormes buracos nas paredes da escola, e podemos ver que as pessoas estão procurando por qualquer coisa que possam salvar após a destruição deste abrigo administrado pela ONU”, ele disse. “A escala de destruição não tem precedentes e … pilhas de entulho e sujeira estão cobrindo toda esta área.”
BORRELL DA UE REPELE DESRESPEITO AO DIREITO INTERNACIONAL
O chefe da política externa da União Europeia, Josep Borrell, disse estar “indignado” com o assassinato da equipe da UNRWA, acrescentando que o desrespeito aos princípios básicos do direito internacional humanitário, especialmente a proteção de civis, não pode e não deve ser aceito pela comunidade global.
Israel tem “testado os limites do que é aceitável” para a comunidade internacional e aumentado a violência em Gaza, disse Abdullah Al-Arian, professor assistente de história na Universidade de Georgetown, no Catar.
“É exatamente assim que as campanhas genocidas se desenrolam”, disse ele à Al Jazeera
O Ministério da Saúde palestino disse na quinta-feira (12) que o ataque genocida israelense de 11 meses a Gaza já matou pelo menos 41.118 pessoas e feriu outras 95.125.