
Contra o envio de armas ao regime genocida de Israel, manifestantes se concentraram em frente a uma unidade fabril da Lockheed Martin que produz peças para o jato F-35, no Reino Unido.
O protesto na cidade de Havant, no Hampshire, onde a fábrica da Lockheed Martin está localizada, nesta terça-feira, 17, foi organizado pela ‘Campanha de Solidariedade à Palestina’. Outras fabricantes de armas, uma em Rochester, no condado de Kent, e outra em Sheffield, Sul de Yorkshire, também tiveram suas entradas ocupadas por manifestantes.
Os manifestantes exigem que o governo inglês imponha um embargo de armas contra Israel pelo genocídio de palestinos em Gaza.
“Estou envergonhado com a polícia hoje, eles deveriam estar invadindo este prédio, este é um campo de treinamento terrorista, este é o terrorismo patrocinado pelo Reino Unido e a polícia deveria fechá-lo,” discursou um dos organizadores liderando a marcha.
O diretor da ‘Campanha de Solidariedade à Palestina’, Ben Jamal, denunciou o genocídio em Gaza e os mais de 55 mil palestinos mortos por Israel com milhares soterrados pelas bombas israelenses.
“Estamos protestando do lado de fora das fábricas que estão fornecendo as peças para os jatos F-35 que Israel está usando para reinar a devastação e o caos sobre o povo de Gaza. Sabemos que a fábrica da Lockheed Martin enviou sete remessas de suprimentos de partes dos F-35, o que permitiu a Israel continuar com seu genocídio desde outubro de 2023”, disse ele ao site de notícias local de Portsmouth, “The News”.
“Isso faz parte da demanda por um embargo de armas. Estamos trazendo essa demanda direto para os portões das empresas que são realmente os mercadores da morte.”
Jamal também denunciou o uso da fome como arma de extermínio contra a população palestina em Gaza: “Desde março, Israel impôs um cerco completo a Gaza, não permitindo a entrada de comida, água ou suprimentos essenciais”, disse.
“Isso deixou os palestinos à beira da fome. Neste momento, em Gaza, 2.700 crianças palestinas estão recebendo tratamento para desnutrição aguda, com milhares mais em risco. Nada disso foi uma linha vermelha para o nosso governo agir. O governo introduziu uma proibição da venda de algumas licenças, mas apenas uma pequena proporção do que está vendendo para Israel. Estamos exigindo um embargo total de armas,” concluiu.
O governo britânico, pressionado pela reação de nojo pelos crimes de Israel, havia cancelado somente 30 de 350 licenças para venda de armas para os israelenses em setembro de 2024. Parlamentares britânicos, críticos a Israel, defendem expandir o bloqueio de armas.
Sobre o envio de partes do jato F-35, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores britânico disse que a suspensão foi uma das primeiras coisas que eles fizeram quanto ao armamento que poderia ser usado no genocídio.
Diante da exigência dos manifestantes, o governo inglês tentou se desculpar dizendo: “Implementamos com sucesso a decisão de suspensão e continuamos a recusar todos os pedidos de licença relevantes. Suspendemos as exportações diretas de peças do F-35 para uso por Israel e categoricamente não exportamos bombas ou munições que possam ser usadas em Gaza”.
A ‘Campanha de Solidariedade à Palestina’ é um movimento que existe há mais 30 anos no Reino Unido em apoio à causa palestina. Eles tiveram sucesso ao pressionar empresas britânicas a boicotar produtos fabricados em Israel, como nas lojas da John Lewis, que acabaram por remover produtos israelenses fabricados em territórios palestinos ocupados por Israel.