O senador Confúcio Moura (MDB-RO) criticou Jair Bolsonaro por insuflar manifestações marcadas para o dia 15 contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).
“O presidente desafiar o Congresso Nacional e o Poder Judiciário é inconcebível”, afirmou o parlamentar em discurso na tribuna do Senado na tarde de segunda-feira (2 de março).
“Usar redes sociais, insuflando a população a comparecer em massa nas ruas, no próximo dia 15 de março, não se pode aceitar, uma vez que não há motivo significante para essa manifestação. Se for uma jogada de marketing, por certo terá um fim prejudicial ao país”, continuou.
O senador cobrou de Bolsonaro um posicionamento público. “O presidente precisa esclarecer, sem meios termos, que não apoia a convocação de uma manifestação em sua defesa e contra o Congresso Nacional. Os cidadãos são livres para se manifestarem contra quem bem entenderem, mas um presidente da República não. Ele não é um cidadão comum e não pode permitir que seu nome seja usado para alimentar um protesto contra os demais Poderes constituídos”, completou o senador.
Para Confúcio, Bolsonaro “deve governar o Brasil para 210 milhões de brasileiros, e não para 35 milhões de seguidores em suas redes sociais. É a esses que o Presidente jura lealdade – 35 milhões –, embora tenha sido eleito para governar a Nação dentro das normas democráticas”.
Ele repeliu os ataques ao Congresso do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, que acusou o parlamento de “chantagear” o governo.
“Eu não tenho nenhuma saudade da ditadura militar do Brasil. Foi um período tenebroso”, frisou o senador do MDB.
“Fazem bem o Congresso e o Supremo Tribunal Federal em se manifestarem de modo sereno, mas firme sobre o comportamento do presidente e de seus seguidores”, assinalou o emedebista.