
Índice ficou em 0,26 no mês, com queda nos preços dos transportes e alimentos. Energia elétrica residencial subiu de -0,08% em abril para +3,62% em maio
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, registrou alta de 0,26% em maio, o que corresponde a uma desaceleração em relação ao mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça-feira (10).
O arrefecimento do indicador foi influenciado principalmente pela queda nos preços das passagens aéreas, da gasolina e de alguns alimentos. Já a energia elétrica residencial subiu 3,62% no mês, por causa da bandeira amarela nas contas de luz, o que contribuiu para frear uma maior desaceleração do IPCA.
No ano, o IPCA acumula alta de 2,75% e, nos últimos doze meses, o índice ficou em 5,32%, abaixo dos 5,53% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2024, a variação havia sido de 0,46%.
Essa é a menor variação de alta do índice para o mês desde 2023, quando os preços subiram 0,23% em maio. Mas o resultado poderia ter ficado ainda menor se não fosse o acionamento da bandeira amarela pela Aneel, que elevou as contas de luz em 3,62% no mês.
De acordo com o IBGE, “com a vigência da bandeira tarifária amarela no mês de maio, adicionando R$ 1,885 na conta de luz a cada 100 KWh consumidos, a energia elétrica residencial (3,62%) foi o subitem com o maior impacto individual no índice do mês (0,14 p.p.), destacando-se no grupo Habitação, que acelerou de 0,14% em abril para 1,19% em maio”, diz trecho da nota.
A bandeira tarifária (representadas por cores: verde, amarela e vermelha) é um mecanismo adotado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) desde 2015, com o fim de repassar aos consumidores os custos das caras e poluentes termelétricos, quando essa são acionadas em tempos escassez hídrica. Antes esses custos eram de responsabilidade do governo federal.
Ao longo destes 10 anos, esse sistema não reduziu, em nenhum momento, o valor da conta de energia dos brasileiros – que, nas últimas décadas, tem registrado reajustes majoritariamente crescentes.
Além de não dar qualquer tipo de desconto para os consumidores que combatem o desperdício de energia e não resolver os problemas estruturais do setor elétrico brasileiro, o acionamento da da bandeira tarifária em cenários econômicos já inflacionários, só agrava o custo de vida da população, especialmente para os de baixa renda.
Por outro lado, a bandeira tarifária dá munição para os especuladores do mercados financeiros inflarem as projeções de inflação, com o fim de pressionar o Banco Central (BC) a elevar ainda mais a taxa básica de juros (Selic). Para o IPCA de maio, os agentes do mercado estimavam um aumento de 0,37%.
Hoje, o nível da Selic está em um patamar exorbitante de 14,75% ao ano, dando aos bancos altos ganhos por meio de aplicações financeiras, enquanto o investimento e o consumo de bens e serviços são deprimidos – resultando em desaceleração da economia nacional e aumento do desemprego no país.
Principais resultados do IPCA de maio
Na passagem de abril para maio, o grupo Alimentação e Bebidas, o mais relevante no IPCA, desacelerou de 0,82% para 0,17%. Itens como tomate (-13,52%), arroz (-4,00%) e ovos (-3,98%) caíram, enquanto batata (10,34%), cebola (10,28%) e carnes (0,97%) subiram.
Já Transportes, o grupo recuou 0,37%, puxado pelas quedas nos preços das passagens aéreas (-11,31%) e combustíveis (-0,72%), como gasolina (-0,66%) e diesel (-1,30%), no período.
Veja o resultado do IPCA de maio, por grupo:
- Alimentação e bebidas: 0,17%;
- Habitação: 1,19%;
- Artigos de residência: -0,27%;
- Vestuário: 0,41%;
- Transportes: -0,37%;
- Saúde e cuidados pessoais: 0,54%;
- Despesas pessoais: 0,35%;
- Educação: 0,05%;
- Comunicação: 0,07%.