
Ultimato feito pelo secretário de Estado Mike Pompeo, de que o Irã teria que se submeter a “12 exigências” ou sofrer “as maiores sanções da história”, foi rechaçado prontamente pelo presidente Hassan Rouhani. “Quem é você para decidir pelo Irã e pelo mundo?”
Rouhani reiterou que “o mundo de hoje não aceita que a América decida pelo mundo. Os países são independentes. Este tempo acabou”. Continuaremos nossa jornada com o apoio da nossa nação”, afirmou Rouhani em entrevista à agência Reuters.
O presidente iraniano acrescentou que “todos os países do mundo querem independência em suas decisões e talvez os americanos sejam capazes de avançar sua agenda em alguns lugares através da pressão, mas a lógica diz não aceitar que tomem as decisões pelo mundo”. Para Rouhani, o atual governo dos EUA regrediu a 15 anos atrás e está repetindo os mesmos comentários feitos pelo então presidente George W. Bush, em 2003.
As ameaças de Pompeo foram proferidas em reunião promovida pelo think tank Fundação Heritage, um dos mais reacionários de Washington. Pompeo também voltou a dizer que as empresas de outros países que comerciarem com o Irã serão atingidas em cheio pelas sanções. O Acordo Nuclear, que o Irã assinou com os EUA, Rússia, China, França, Grã Bretanha e Alemanha em 2015, foi subscrito por Obama e rompido com Trump, apesar da AIEA declarar que Teerã cumpria tudo que foi acordado e estar submetido à “mais rigorosa fiscalização que já houve no mundo”.
O resumo das “12 exigências” é que o Irã teria de parar de desenvolver mísseis balísticos, retirar o apoio ao Hezbollah, à Síria e ao Iemen e libertar supostos americanos presos. Numa demonstração de que Pompeo nem sabe do que está falando, ele exigiu o fechamento do reator de água pesada de Arak, o que já ocorreu sob a supervisão da AIEA.
As ameaças de Pompeo também foram repelidas pelo chanceler iraniano Mohammad Zavad Zarif, que disse que a vergonhosa diplomacia dos EUA está “aprisionada por “delírios & políticas fracassadas – ditadas pelos Poderes Especiais corruptos”.