
Aviões militares israelenses cometeram neste sábado (22) uma série de ataques contra zonas profundas dos flancos leste e sul do Líbano, nos arredores das cidades de Tulin e Taraya, bem como em povoados como Tyre, Harfa e Al Jbeen, entre outros, informou a Defesa Civil libanesa. Ao menos oito pessoas morreram e 10 ficaram feridas nos bombardeios que romperam abertamente a trégua de quatro meses. Três morreram em Bint Jbeil e Tulin, e cinco na cidade portuária de Tiro, de acordo com a agência de notícias libanesa NNA.
As forças genocidas de Netanyahu confirmaram os ataques em comunicado e usaram como pretexto para os criminosos bombardeios a suposta presença de infraestruturas militares pertencentes ao Movimento de Resistência Islâmica Libanesa (Hezbollah).
A situação continua tensa e as autoridades libanesas alertaram para o risco de uma nova escalada militar.
O Hezbollah “negou qualquer envolvimento no lançamento de foguetes do sul do Líbano para os territórios palestinos ocupados”, referindo-se a Israel, e disse que “as alegações do inimigo israelense são parte das falsas desculpas para continuar seus ataques ao Líbano, que não cessaram desde que o cessar-fogo foi anunciado”.
O primeiro-ministro libanês, Nawaf Salam, alertou que a quebra da trégua e a retomada da agressão militar israelense pode levar a outra guerra com consequências devastadoras para o Líbano.
Numa declaração oficial emitida este sábado (22), Salam destacou os perigos de um potencial conflito e exigiu que sejam tomadas todas as medidas necessárias para evitar uma nova escalada.
Além disso, o primeiro-ministro reuniu-se com a representante das Nações Unidas no Líbano, Janine Blaschart, para pedir uma maior pressão internacional sobre o regime israelense.
Salam exigiu a retirada total das forças israelenses dos territórios libaneses ocupados, denunciando que a sua presença viola a Resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) e os acordos de cessar hostilidades alcançados em Outubro último.
ISRAEL VIOLA OS ACORDOS DE PAZ
Em 27 de janeiro, de acordo com o acordo entre Israel e o movimento Hezbollah, Israel deveria abandonar completamente o território libanês; No entanto, as forças israelenses continuam a ocupar cinco locais estratégicos no sul do país árabe.
A força de paz da ONU no Líbano (Unifil) afirmou que “continua alarmada com a possível escalada da violência”.
O Hezbollah e Israel assinaram um acordo de cessar-fogo que entrou em vigor em 27 de novembro por um período de 60 dias, após vários meses de escalada em 2024, que incluíram pesados ataques aéreos israelenses em várias partes do Líbano e a entrada de tropas terrestres pela fronteira sul.
A trégua foi posteriormente prorrogada até 18 de fevereiro, quando as tropas israelenses se retiraram de vários territórios ocupados no sul do Líbano, embora o Exército de Netanyahu mantenha presença em cinco colinas dentro do país, em violação aos acordos, e continue a atacar alvos na região.