Netanyahu afronta as Nações Unidas e orienta bombardeio a alvos de forma indiscriminada contra civis em Gaza
Os bombardeios cometidos por Israel nas 24 horas desta terça-feira, dia 26, assassinaram 81 palestinos, segundo informe das autoridades de saúde da Faixa de Gaza.
O morticínio seguiu no dia 27, com mais dezenas de mortes, até o momento em que publicamos esta matéria.
O Ministério da Saúde da Palestina, descreve que 11 civis foram mortos e outros ficaram feridos num ataque aéreo contra duas casas de família na cidade de Rafah.
HOSPITAIS, MORADAS, LOJAS, MESQUITAS SÃO ALVOS
Registrando detalhadamente os ataques, a Agência de notícias palestina Wafa aponta os mais selvagens: vários cidadãos foram mortos e outros ficaram feridos num bombardeio israelense contra uma reunião de cidadãos perto da região comercial de Al-Mintar (Karni), a leste da cidade de Gaza; os aviões de guerra da ocupação bombardearam uma casa no bairro de Al-Daraj, na cidade de Gaza, matando duas pessoas e ferindo outras; vários cidadãos ficaram feridos depois que aviões de guerra israelenses bombardearam uma casa perto da mesquita Al-Sousi, no Beach Camp, na cidade de Gaza; um palestino foi morto e outros ficaram feridos depois que as forças israelenses bombardearam uma reunião de cidadãos enquanto tentavam obter ajuda à leste de Beit Hanoun; um civil foi morto e outros ficaram feridos em um bombardeio de artilharia na cidade de al-Amal, a oeste do campo de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza.
INVASÃO DO HOSPITAL AL NASSER
As forças de ocupação invadiram o Hospital al-Nasser na cidade de Khan Yunis, a sul da Faixa de Gaza, detendo vários profissionais médicos e pessoas deslocadas que procuravam atenção dentro do hospital.
Os soldados também ordenaram que vários civis evacuassem o hospital. O número de mortos palestinos na ofensiva mortal de Israel contra a Faixa de Gaza desde 7 de outubro de 2023 aumentou agora para 32.490 e pelo menos 74.889 outras pessoas ficaram feridas, confirmaram fontes médicas nesta quarta-feira, além de milhares de vítimas que continuam sob os escombros e nas estradas, enquanto a ocupação israelense impede que as equipes de resgate cheguem até eles. Isso no marco de uma destruição massiva de hospitais e casas, e uma crise humanitária sem precedentes.
“Muitas vítimas ainda estão presas sob os escombros e nas estradas e as equipes de resgate não conseguem alcançá-las”, observaram as fontes.
ONU: NADA JUSTIFICA PUNIÇÃO COLETIVA AO POVO PALESTINO
O Coordenador Especial da ONU para o Processo de Paz no Oriente Médio, Tor Wennesland, emitiu, na terça-feira (26), um apelo firme por um cessar-fogo humanitário imediato, em meio ao sofrimento “cataclísmico” na Faixa de Gaza e à violência contínua na Cisjordânia ocupada.
No dia seguinte à resolução do Conselho de Segurança, “exigindo” um cessar-fogo imediato no enclave durante o resto do Ramadão, o Coordenador disse estar “consternado” com a imensa escala de assassinatos, destruição e sofrimento provocados pela campanha militar de Israel em Gaza, com assassinatos de civis a um ritmo sem precedentes.
“Nada pode justificar a punição coletiva do povo palestino”, enfatizou.
“As condições de risco de vida enfrentadas pelos mais de 1,7 milhões de pessoas deslocadas internamente num espaço cada vez menor em Gaza devem ser abordadas imediatamente. Estou extremamente preocupado com o possível pesadelo de mais de um milhão de pessoas serem novamente deslocadas se Israel prosseguir com a sua planejada operação terrestre em Rafah”, assinalou.
Com uma fome “iminente” no norte e níveis “horríveis” de sofrimento em Gaza, Wennesland apelou a Israel para cumprir com as suas obrigações ao abrigo do direito internacional e facilitar o acesso humanitário rápido e desimpedido para dentro e através da Faixa.
Ele observou que o trabalho humanitário em Gaza é extremamente perigoso e que os comboios de ajuda continuam a enfrentar ataques, sublinhando que a ONU e os parceiros de ajuda devem ser capazes de prestar assistência com segurança.
Isto significa que os locais, movimentos e trabalhadores humanitários devem ser protegidos de forma mais eficaz e que a ONU deve ter acesso ao equipamento necessário para aumentar a segurança do pessoal, acrescentou.