
“Nunca vi tanta gente morrer junto diante dos meus olhos”, afirmou uma enfermeira de um dos principais hospitais da cidade de Bérgamo, ao norte da Itália.
“A sensação é a de estar no meio de um campo de batalha”, acrescentou.
O dia 18, foi o do maior número de mortos registrados, em 24 horas, desde o início do surto de coronavírus: 475 falecimentos.
Mais de 2.500 pessoas já morreram nestas últimas quatro semanas na Itália. Há mais de 31.500 contaminados. Os médicos e enfermeiras – particularmente nas cidades mais atingidas, no norte do país – estão lutando para manterem o serviço.
“Estamos ficando doentes um após o outro”, declarou a enfermeira, ela própria já com resultado positivo para o teste do Covid-19, mas que não teve autorização para declarar o nome. Só na cidade dela, já foram confirmados 3.800 casos.
Os hospitais na região, particularmente os de Bergamo e Milão estão superlotados e há um esforço para a implantação de mais quartos de tratamento intensivo.
“Estamos no olho do ciclone”, observou o Dr. Lorenzo D’Antiga, diretor do Hospital Papa Giovanni XXIII, em Bergamo, referindo-se às duras condições de trabalho de sua equipe.
Em meio às dificuldades, o Dr. D’Antiga expressa um elogio ao comportamento do povo italiano: “Existe realmente uma sensação de solidariedade, de pertinência a uma mesma comunidade. Todos sentimos que somente podemos nos resgatar se permanecermos juntos”.