Empresário acusa atual quadro da legenda de atacar poderes e de estimular ações contra democracia; sigla diz que declarações são “graves e infundadas”
O empresário João Amoêdo anunciou, na última sexta-feira (25), a desfiliação do Novo, partido que ajudou a fundar. Ele estava suspenso da agremiação desde outubro, após declarar voto no presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no segundo turno da eleição presidencial.
“Seria incoerente permanecer em um partido com o qual tenho diferenças de visão, de propósito e de conduta”, declarou.
“Ao longo dos últimos 33 meses, sob a atual gestão, o Novo foi sendo desfigurado e se distanciou da sua concepção original de ser uma instituição inovadora que, com visão de longo prazo, sem culto a salvadores da pátria, representava a esperança de algo diferente na política”, escreveu.
“O Novo atual descumpre o próprio estatuto, aparelha a sua Comissão de Ética para calar filiados, faz coligações apenas por interesses eleitorais, idolatra mandatários, não reconhece os erros, ataca os Poderes constituídos da República e estimula ações contra a democracia”, acrescentou.
Amoêdo concorreu à Presidência da República pelo partido em 2018 e terminou a disputa em quinto lugar.
VOTO EM LULA
Fundador do partido, o empresário foi muito criticado por diversos correligionários após declarar voto em Lula, em oposição à candidatura de Jair Bolsonaro (PL). Quadros importantes da legenda, como o ex-presidenciável Felipe d’Avila, pediram abertamente a expulsão de Amoêdo.
Após a derrota de d’Avila, no primeiro turno, o partido anunciou neutralidade e divulgou nota em que liberou o voto dos filiados na segunda rodada de votação.
Contudo, após a declaração de Amoêdo, o presidente da agremiação, Eduardo Ribeiro, afirmou à imprensa que não estava liberado apoiar o candidato do PT.
Segundo ele, na legenda havia quem votasse em Bolsonaro, mesmo que de forma crítica, e quem anulasse o voto.
“GOTA D’ÁGUA”
A relação entre Amoêdo e o Novo vinha se deteriorando havia algum tempo. Nos corredores do partido, a interpretação é de que o apoio ao PT foi apenas a “gota d’água”, dado que o “casamento” ia mal havia meses.
O fundador da legenda divergiu dos parlamentares eleitos em diversas ocasiões, como quando se manifestou publicamente contra a soltura do deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), enquanto toda a bancada foi contra a prisão.
NOVO NÃO ERA OU É NOVO
O Novo não era ou não é novo como imagina ser. O partido é um ajuntamento de empresários – pequenos e médios – cujo discurso principal, segundo os fundadores, é a defesa da liberdade econômica.
Defendem o neoliberalismo, alegoria econômica dos países do capitalismo central para a chamada periferia do capitalismo. O Estado mínimo e a livre iniciativa.
O Estado mínimo é outra pantomima que a pandemia da covid-19 jogou por terra. Esta é outra alegoria do capitalismo periférico, pois nenhum país que está na chamada fronteira do conhecimento, com alta produção tecnológica, o Estado é mínimo. Ao contrário.
E, finalmente, a livre iniciativa, nos chamados países desenvolvidos não colide com Estado e a burocracia altamente especializada, que organiza e dá direção para o Estado. Assim, de novo, o Novo nada tem. É mais um partido para disputar eleições e defender o mais do mesmo.
M. V.
O partido Novo do qual pertence o Equizema de novo nada têm e quando aparece alguém veja o estrago Daniel Silveira, que juntamente com seus pares apenas apoiaram um desgoverno do ódio, ameaças e mentiras e mais apoiador do fascismo e do nazismo, isto é novo.