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6,5 milhões são micro e pequenas empresas
O número de empresas inadimplentes atingiu 7 milhões e bateu recorde em 2024, segundo dados da Serasa Experian. Esse total representa 32,3% das companhias existentes no Brasil. O total do valor das dívidas bateu a marca inédita de R$ 156,1 bilhões.
Do total de 7 milhões de companhias negativadas em outubro, 6,5 milhões eram de micro e pequenas empresas, que, juntas, somaram o valor total de R$ 134,1 bilhões em dívidas.
O principal fator para que as empresas não estejam conseguindo cumprir seus compromissos são as altas taxas de juros, segundo apontou a Serasa. Apenas após o aumento de 0,25 ponto percentual da Selic -taxa básica de juros – em setembro, 100 mil novas empresas figuraram na lista de inadimplentes em outubro.
Agora, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC), decidiu elevar, na reunião de dezembro, a taxa de juros em 1 ponto percentual – para 12,25%. Além disso, já sinalizou que pretende promover mais dois aumentos de 1 ponto no ano que vem, elevando a Selic a 14,25% ao ano já nos primeiros meses de 2025.
“A taxa de juros é uma variável muito importante para a inadimplência das empresas, assim como a inflação é importante para a inadimplência do consumidor. Nesse cenário de inflação e juros subindo, as duas inadimplências vão ficar pressionadas. Então, nos próximos dois trimestres, não esperamos nenhum tipo de arrefecimento nessa tendência”, disse Luiz Rabi, economista-chefe do Serasa.
De acordo com a Serasa, o número de brasileiros que não conseguem pagar suas contas também aumentou em outubro: 73,10 milhões de inadimplentes. É o segundo maior volume do ano, atrás apenas do registrado em abril.
As consequências dos juros elevados, entre os maiores do mundo, também já estão se refletindo em aumentos de pedidos de recuperação judicial e extrajudicial, que bateram recordes em 2024. De acordo com o Serasa, 1,7 mil empresas recorreram à recuperação judicial até setembro do ano passado, um aumento de 73% em relação ao mesmo período de 2023. Nesta estatística, estão grandes empresas, mas a maior parte é formada por pequenas e médias.