Com apoio do partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do governo, Davi Alcolumbre (União-AP) tem respaldo formal de 6 legendas: União Brasil, PL, PP, PSB e PDT são as outras 5
O líder do PT no Senado, Beto Faro (PA), afirmou, na última terça-feira (5), que o partido vai apoiar a candidatura de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) para a Presidência da Casa.
A eleição da nova Mesa Diretora está prevista para fevereiro de 2025, quando começa a terceira sessão legislativa, da atual legislatura.
Favorito para ocupar o cargo, Alcolumbre presidiu o Senado entre 2019 e 2021, e tem o apoio do atual presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O anúncio formal do PT vai ocorrer na próxima semana, afirmou Faro.
Segundo o parlamentar paraense, esse “é um apoio que há muito vinha sendo alinhado, e que agora se definiu de forma mais concreta com todos os detalhes definidos e de acordo com ambas as partes”.
REUNIÃO DA BANCADA DO PT COM LULA
A bancada de senadores do PT aguarda reunião com Lula para tornar público o apoio à candidatura de Alcolumbre. A expectativa é que o encontro ocorra na próxima segunda-feira (11).
Internamente, os 9 senadores petistas concordam que Alcolumbre é a melhor opção para ocupar a cadeira que será desocupada pelo atual presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG). “Após esse encontro com o presidente Lula, a tendência é o anúncio formal de apoio. Tem um acordo tácito e manifestações de diferentes lideranças do partido”, antecipou o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), nessa quarta-feira (6).
“O senador Davi não é somente da base de apoio, e muitas vitórias que o governo obteve aqui no Congresso Nacional, muito antes da posse do presidente Lula, se deve à articulação dele”, acrescentou. Eleitos pelo mesmo Estado, Alcolumbre e Randolfe têm mantido relação próxima e estiveram juntos em palanques nas últimas eleições municipais.
VIRTUALMENTE ELEITO
Com apoio do partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Alcolumbre já tem apoio formal de 6 legendas: União Brasil, com 7 senadores, PL (14), PP (7), PSB (4) e PDT (3) são as outras 5. Somados, são 44 integrantes da Casa.
Outro partido que deve apoiar Alcolumbre é o Republicanos, que tem 4 representantes no Senado. Caso o partido confirme a aliança, a candidatura do parlamentar terá o apoio formal de 48 senadores, 7 a mais que o número necessário para vencer a eleição interna (41).
APOIO DO PSD
O PSD, sigla com a maior bancada do Senado, com 15 congressistas, decidiu, nesta quarta-feira (6), apoiar a candidatura de Davi Alcolumbre.
O líder do partido, Otto Alencar (BA), respaldou o posicionamento do correligionário, o atual presidente da Casa e do Congresso, Rodrigo Pacheco, que declarou na última terça-feira, a preferência dele por Alcolumbre.
A decisão deve ser oficializada, na próxima terça-feira (12), quando a bancada do PSD vai se reunir para debater a sucessão de Pacheco. A tendência é que a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que lançou pré-candidatura para concorrer contra Alcolumbre, saia da disputa.
Com o novo apoio, Alcolumbre reunirá 7 partidos ao seu redor, no total, com 59 senadores. No entanto, como o voto é secreto e individual, o apoio não assegura a adesão automática dos integrantes. Para se eleger em primeiro turno, o candidato precisa da maioria absoluta de 41 dos 81 senadores.
MDB, com 10 senadores, Podemos (5), PSDB (1) e Novo (1) — que, somados, têm 17 senadores — ainda não defiram apoio. Mas isso deve ocorrer brevemente, pois o único partido que poderia encabeçar candidatura de oposição seria o PL, que, formalmente, apoia Alcolumbre.
O Podemos tem hoje 6 senadores. Todavia, Rodrigo Cunha (AL) vai renunciar ao mandato, pois foi eleito vice-prefeito de Maceió, na chapa de JHC (PL), reeleito. No lugar de Cunha entra a primeira suplente, a Dra. Eudócia (PL) — Eudócia Maria Holanda de Araujo Caldas —, que assume a cadeira em janeiro de 2025. Ela é mãe de JHC. O Podemos perde uma cadeira e fica com cinco. E o PL ganha uma e aumenta para 15.
BASTIDORES
Está por trás desse apoio do PT, cuja bancada é composta por 9 senadores, o compromisso de não agendar para votação as chamadas “pautas bomba”, tais como: matérias de ataque o STF (Supremo Tribunal Federal), como as que tramitam na Câmara e foram aprovadas pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa.
Em particular, a que pode cassar o mandato, por meio de impeachment, do mandato de ministros da Corte Suprema, bem como proposições, de ordem econômica que fragilizem o chamado “arcabouço fiscal”.
O PL
A decisão de apoiar Davi Alcolumbre foi anunciada em 30 de outubro pelo líder da bancada na Casa, Rogério Marinho (RN). A razão é pragmática. O partido quer participar da distribuição proporcional dos cargos no Senado.
Hoje com 14 senadores, é a segunda maior bancada, atrás apenas do PSD, com 15. Todavia, em fevereiro, quando recomeçam os trabalhos legislativos, terá 15 membros.
Segundo Marinho, um dos pontos que a bancada está debatendo com Alcolumbre é a inclusão do PL em espaços de destaque tanto na Mesa Diretora quanto em comissões.
AVALIAÇÃO DE MARINHO
O senador avalia que Alcolumbre deve seguir o “respeito à proporcionalidade”, já que o PL é hoje a segunda maior bancada da Casa. Mas, em fevereiro, vai igualar com PSD.
“A ocupação das comissões permanentes que vão nos permitir trabalhar pautas importantes”, disse. Marinho também avaliou que a oposição “teve dificuldade” em emplacar pautas durante os 2 anos de gestão de Rodrigo Pacheco, atual presidente do Senado.
O senador Marcos Pontes (PL-SP), que se lançou na disputa pelo comando do Senado, foi demovido da candidatura por Marinho.