Inicialmente Jair Bolsonaro se calou diante da violência do nazista contra a vice-presidente da Argentina. Depois falou que mandou “uma notinha” e que “lamentava”. Observou ainda que, se o criminoso soubesse manejar a arma, “teria sucesso”
Todos os candidatos à Presidência da República, menos Jair Bolsonaro, se manifestaram em solidariedade à vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que foi vítima de uma tentativa de assassinato, na quinta-feira (1).
O assassino, que tem tatuagens nazistas como as de racistas nos Estados Unidos e na Ucrânia, chegou a colocar a arma na cara de Cristina, mas ela falhou.
Lula (PT) prestou toda a sua “solidariedade à companheira Cristina Kirchner, vítima de um fascista criminoso que não sabe respeitar divergências e a diversidade. A Cristina é uma mulher que merece o respeito de qualquer democrata no mundo. Graças a Deus ela escapou ilesa”.
“Que o autor sofra todas as consequências legais. Esta violência e ódio político que vêm sendo estimulados por alguns é uma ameaça à democracia na nossa região. Os democratas do mundo não tolerarão qualquer violência nas divergências políticas”.
O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), falou que “por pouco” o ataque contra a ex-presidente e atual vice-presidente da Argentina não se “transforma em chuva de sangue a nuvem de ódio que se espalha pelo nosso continente. Nossa solidariedade a esta mulher guerreira que com certeza não se intimidará”.
“Para nós, fica a lição de onde pode chegar o radicalismo cego, e como polarizações odientas podem armar braços de loucos radicais ou de radicais loucos. Ainda há tempo de salvar o Brasil de uma grande tragédia gerada pelo ódio. Paz!”.
A senadora Simone Tebet (MDB) acredita que “é preciso dar um basta a tudo isso. As lideranças devem recriminar essas atitudes. Ainda bem que a arma falhou. Que tristeza! Reafirmo minha posição pela paz na política, pela paz nas eleições”.
Felipe d’Avila (Novo) falou pela redes sociais que “o atentado à vice-presidente argentina Cristina Kirchner é absolutamente inaceitável. A violência da cena impressionou a todos nós. Não há divergência ideológica que justifique ou normalize qualquer ato de violência”.
Soraya Thronicke (União Brasil) afirmou que “não podemos subestimar do que o ódio é capaz. Na campanha de 2018 usei colete a prova de balas e termino esta 5ª lamentando o atentado contra Cristina Kirchner, vice-presidente da Argentina”.
Os candidatos Sofia Manzano (PCB), Léo Péricles (UP) e Eymael (DC) também prestaram solidariedade à vice-presidente argentina.
Bolsonaro disse que “mandou uma notinha” e aproveitou do atentado à vice-presidente argentina para se vitimizar dizendo que quando sofreu atentado em 2018 “teve gente que vibrou por aí”.
Observou ainda que “ainda bem” que o criminoso não sabia manejar a arma, pois se soubesse, “teria sucesso”.
“Mandei uma notinha, eu lamento. Agora, quando eu levei a facada teve gente que vibrou por aí. Lamento, já tem gente querendo botar na minha conta, já esse problema. E o agressor ali, ainda bem que não sabia mexer com arma. Se soubesse, teria sucesso”, disse.
Mais cedo, Bolsonaro afirmou que a “esquerda ficou calada” quando ele sofreu o ataque.
O que é uma mentira. Em 2018, várias lideranças de oposição se solidarizaram e condenaram o ataque da facada, entre elas, Fernando Haddad (PT), Guilherme Boulos (PSOL), Ciro Gomes (PDT), Gleisi Hoffman (PT), entre outras.