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“Não haverá mais garimpo em terras indígenas”, acrescentou. O ex-presidente defendeu a Zona Franca de Manaus contra os ataques de Bolsonaro
Lula esteve nesta quarta-feira (31), em Manaus (AM), para participar do ato Todos Juntos Pelo Amazonas. Com ele no palco estavam Omar Aziz (PSD-AM) e Eduardo Braga (MDB-AM), candidatos ao Senado e ao governo estadual, respectivamente, além de lideranças locais e nacionais.
Ele falou da necessidade de retomar os investimentos na região e das potencialidades da floresta amazônica, de sua biodiversidade, que deve ser estudada para beneficiar a população da região, e defendeu a Zona Franca de Manaus, atacada pelo governo Bolsonaro.
“É preciso ter em conta que você precisa sempre cuidar daquela (região) que mais necessita. Existem lugares que estão ‘mais prontos’ como o centro-sul brasileiro, que são regiões mais desenvolvidas, seja do ponto de vista do agronegócio, da pequena e média agricultura, da industrialização”, disse Lula.
“Nós vamos mudar esse país. A nossa floresta será cuidada. A nossa biodiversidade será estudada, em parceria com pesquisadores do mundo inteiro, porquê embora a Amazônia seja território soberano do Brasil, a riqueza produzida, a biodiversidade tem que ser aproveitada por todo habitante do planeta Terra”, acrescentou o ex-presidente. Para ele, dessa maneira, o país receberá recursos suficientes para a realização de pesquisas que não são feitas por falta de verba.
“Não haverá mais garimpo em terras indígenas”, garantiu o ex-presidente.
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O ex-presidente não deixou de falar da fome que atinge o país, ao contrário de Bolsonaro que se esconde do assunto e mente de que ela não existe. Ele garantiu que em seu governo esse problema será resolvido porque isso “é uma obsessão minha”. “Se um tenente expulso do Exército não tem coragem de tratar o povo direito, um metalúrgico vai voltar para a Presidência para cuidar do povo do jeito que ele merece”, disse o ex-presidente, durante o comício.
“Eu sei o que é uma mãe ficar em pé na beira do fogão e não ter um bocado de feijão com água para colocar no fogo para um filho comer. Então, eu tinha obsessão, que era preciso garantir que cada pessoa nesse país pudesse, todo dia, tomar café, almoçar e jantar, que as crianças pudessem tomar um copo de leite antes de dormir e um bom iogurte a hora que levantasse”, afirmou, ao reconhecer a importância das três refeições ao dia para uma família.
“Eu tenho noção da importância que é para uma mãe ver o seu filho ir para a escola com uma roupinha bonita, com um sapatinho bonito. Eu tenho noção o quanto é importante para um companheiro e uma companheira sustentar a sua família as custas do seu trabalho. Não precisar de favor de ninguém, mas trabalhar e no final do mês levar comida para casa às custas do seu suor e do seu sangue”, disse o ex-presidente, em referência ao seu passado pobre no agreste pernambucano.
Antes do ex-presidente, Eduardo Braga criticou a maneira como Jair Bolsonaro conduziu a pandemia, uma vez que manauaras morreram sem oxigênio, e a atual crise econômica, que afeta o povo brasileiro.
“Governar é ajudar as pessoas, foi isso o que eu fiz quando fui governador com o Lula presidente. Na época a Zona Franca tinham 134 mil empregos, agora são menos de 100. E todas as vezes que nós tentamos melhorar um pouquinho o Bolsonaro vem com um decreto para tentar destruir a nossa Zona Franca de Manaus, tirar os nossos empregos, criar insegurança jurídica”, disse.
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Braga também lembrou que no interior do Amazonas um botijão de gás custa mais de R$ 150, e o combustível, produto essencial para um pescador artesanal, passou de R$ 10 reais o litro. Com os preços nas alturas, discursou o candidato, as pessoas não estão tendo dinheiro sequer para comprar comida, muito menos para fazer três refeições ao dia
“A volta do presidente Lula representa fazer com que o Brasil e o Amazonas voltem a investir na saúde, na educação, gerar emprego, investir no saneamento, continuar avançando e fazer a vida melhorar. Mas, tudo isso tem um inimigo, que nós estávamos derrotando, mas ele voltou: é a fome que está batendo na porta das pessoas, diante de uma inflação criminosa”, completou.
Ele lembrou o descaso do governo Bolsonaro com o povo amazonense durante a pandemia. Vacinas não tinham chegado no Brasil e Jair Bolsonaro criticava o isolamento social. Um mês antes um lockdown chegou a ser anunciado pelo governo estadual, que flexibilizou o decreto após pressão de bolsonaristas.
Quando acabou o oxigênio nos hospitais, profissionais de saúde e familiares de pacientes entraram em desespero e tentaram comprar o produto por conta própria. Porém, a demanda era tanta que faltou o insumo nas empresas fornecedoras. Foram dois dias assim, com pessoas morrendo asfixiadas.
“Eu quero aproveitar hoje para agradecer o embaixador da Venezuela que mandou oxigênio para Manaus, para salvar vidas aqui, apesar do presidente da República ofender tanto a Venezuela. Foram eles que mandaram o oxigênio que o ‘tenente’ não teve coragem de mandar ou que o Ministério da Saúde não teve coragem de mandar”, declarou Lula.
A Venezuela enviou oito caminhões carregados com aproximadamente 130 mil litros de oxigênio para abastecer os hospitais de Manaus. A doação foi articulada diretamente com o governo do Amazonas, uma vez que o Jair Bolsonaro se negou a aceitar ajuda venezuelana.
Participaram do encontro o senador Randolfe Rodrigues, da Rede Sustentabilidade, Luciana Santos, presidente do PCdoB, Aloizio Mercadante, coordenador do programa de governo da chapa Lula-Alckmin, e as lideranças locais Sinésio Campos e Anne Moura, que concorre ao cargo de vice-governadora.