O MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) lançou uma campanha para exigir das autoridades ações que visem mitigar os efeitos da tragédia provocada pelas fortes chuvas que atingiram a região de Ipatinga, no Vale do Aço (MG), na semana passada. Onze pessoas perderam a vida e outras 500 estão desabrigadas ou desalojadas em decorrência dos temporais.
“O MAB está apresentando um conjunto de medidas para garantir a estabilidade dessas famílias no ano de 2025 até que elas se recuperem. Nós defendemos um auxílio emergencial justo, um programa amplo de aluguel social, recurso para a compra de móveis e apoio financeiro para às famílias que receberem os desabrigados pela enchente”, defende Thiago Alves, coordenador do MAB.
E ainda, “defendemos que essa cidade, Itatinga, precisa gastar os seus bilhões de reais do orçamento público para uma política pública de moradia segura com participação popular”, continua Thiago.
No bairro de Bethânia, um dos mais afetados, um deslizamento de terra causou a morte de cinco pessoas da mesma família, incluindo uma menina de 7 anos. As vítimas estavam dentro da casa no momento do desabamento e foram soterradas. Em Santana do Paraíso, município vizinho, um morador morreu e 150 residências foram interditadas pela Defesa Civil.
A Prefeitura da cidade, que decretou estado de calamidade pública no município, editou um decreto na sexta-feira (16) para orientar pessoas físicas e empresas sobre como fazer doações em Pix para auxiliar às vítimas e para ações de reconstrução da cidade. “Essas doações serão usadas exclusivamente para ajudar na recuperação do município e apoiar às famílias afetadas pela tragédia”, diz trecho do decreto. “A medida reforça a necessidade de união, garantindo transparência e segurança no uso do recurso”, completa o texto.
O representante do MAB, que visitou o bairro onde as cinco pessoas perderam a vida, criticou a falta de uma política habitacional pública voltada para a população. “O MAB manifesta solidariedade a essa família e a tantas outras que perderam entes queridos e tiveram sonhos destruídos. “(Isso) pelo grande volume de chuvas que aconteceu, fruto de maus um extremo climático, e também pela irresponsabilidade e do poder público que não garante uma política pública de moradia para todas essas pessoas, historicamente”.
Em suas redes, o Movimento destacou que “é hora de assegurar que as famílias atingidas tenham segurança econômica como aluguel social, auxílio mensal de 1 salário-mínimo por adulto; 25% por criança e cesta básica no valor de R$ 700, até que se recuperem totalmente da catástrofe.” E a longo prazo “garantir o acesso a políticas sociais de saneamento, moradia e proteção ambiental para toda região”.
De acordo com o MAB, “os números de Ipatinga nos dão um recado: o combate à exploração gananciosa dos recursos naturais é um dos caminhos para frear os efeitos da crise climática”, destacou.