“A gente não pode ir contra uma decisão do Judiciário porque foi contra um aliado nosso. [As decisões do Judiciário] Precisam ser respeitadas. O governo tem o direito de criticar, (mas) o tom é ruim, o tom é excessivo”, afirmou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), repreendendo Bolsonaro, que ficou inconformado com a ação do Supremo Tribunal Federal (STF) para coibir as quadrilhas que produzem notícias falsas (fake news) e calúnias.
“O Supremo vai continuar tendo apoio do Poder Legislativo e da sociedade para continuar tomando as suas decisões de forma independente”, disse.
“É o que eu acredito fortemente. Nós vamos continuar com cada poder tomando as suas decisões”, continuou.
Jair Bolsonaro criticou a operação da Polícia Federal, com autorização do STF, contra a produção criminosa de fake news, que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de aliados bolsonaristas, como Luciano Hang, dono das Lojas Havan.
“Ordens absurdas não se cumprem. E nós temos que botar um limite nessas questões. Não foi justo o que aconteceu no dia de ontem. Não teremos outro dia igual ontem. Chega! Chegamos no limite”, disse Jair.
Para Maia, falas como essa “só criam um ambiente de maior radicalismo entre as instituições. Isso é ruim. Nós temos que tentar garantir o mínimo de civilidade nas relações e, sem dúvida nenhuma, o respeito às decisões de cada um dos poderes”.
Eduardo Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro e deputado federal, disse que espera que seu pai tome uma “medida enérgica” e que não é questão de “se” vai acontecer um “momento de ruptura”, mas “quando”.
O presidente da Câmara declarou que espera que Eduardo não tenha ouvido isso de seu pai.
“A fala é muito ruim, muito grave e vamos continuar trabalhando para que as instituições continuem trabalhando de forma independente e tentando ao máximo o diálogo e a harmonia. Se algum partido entender que há um crime na frase dele [Eduardo Bolsonaro], pode representar no Conselho de Ética”.