Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo, está usando o processo de outra pessoa para mentir sobre Guilherme Boulos (PSol) ser usuário de cocaína, mostra investigação feita pelo jornal Folha de S.Paulo.
Não existe nenhum processo contra o candidato Guilherme Castro Boulos por porte de drogas.
No entanto, Marçal usa a prisão de um homônimo, Guilherme Bardauil Boulos, que portava drogas em 2001, para espalhar fake news contra seu adversário na disputa eleitoral.
A farsa de Marçal foi desmontada! pic.twitter.com/Wg5QQOsD3W
— Guilherme Boulos 50 (@GuilhermeBoulos) August 28, 2024
A reportagem da Folha aponta que as acusações de Marçal contra Boulos se baseiam “uma lista de processos buscados na Justiça apenas com o filtro das palavras-chave ‘Guilherme’ e ‘Boulos’, e não pelo CPF, por exemplo”.
A partir disso, Marçal começou a acusar Boulos de ser usuário de cocaína. O coach falou disso no debate eleitoral e em uma peça de propaganda.
Em entrevista, o candidato bolsonarista falou que mostraria o processo somente no debate da Globo, que ocorre a poucos dias das eleições.
“Vou provar, ninguém vai me segurar. Já foi preso portando droga, e eu vou mostrar. Está no segredo de Justiça, aguarde que eu estou resolvendo para te mostrar”, falou Marçal à CNN.
Guilherme Boulos disse que o ataque de Marçal é uma “fake news vergonhosa” e “tática criminosa”. “O Pablo Marçal ganhou a vida fazendo estelionato contra aposentados e foi condenado e preso por isso. Agora queria fazer um estelionato para enganar os eleitores de São Paulo”, falou.
“Ele não é bobo. Ele sabia que são pessoas diferentes, não foi enganado. Tanto assim que eu o desafiei a mostrar a prova que ele dizia que tinha e ele disse que mostraria no debate da Globo. Por que? Porque é a dois dias da eleição, então ele jogaria a mentira no ar e não daria tempo das pessoas desmentirem”, avaliou.
O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) concedeu a Boulos o direito de resposta nas redes de Marçal pelos ataques mentirosos sobre uso de cocaína.
O verdadeiro citado no processo por porte de drogas, Guilherme Bardauil, é candidato a vereador de São Paulo pelo Solidariedade, partido que está coligado com Ricardo Nunes (MDB), que também conta com o apoio de Jair Bolsonaro.
Guilherme Bardauil reconheceu que é ele a pessoa citada no processo. “Houve esse incidente quando eu tinha 21 anos e foi um ato imprudente que ocorreu na minha juventude na época de faculdade. Mas isso é coisa do passado, que aconteceu há 23 anos”, disse.
Uma denúncia chegou a ser oferecida pelo Ministério Público, mas o processo foi extinto em 2006.