
Na Argentina, os professores se declararam em greve a nível nacional e mais de 300.000 docentes vindos de diferentes regiões do país marcharam, na quarta-feira, 23, e se congregaram na Praça de Maio, em Buenos Aires, para exigir aumentos salariais, a reabertura das mesas de negociação para atualizar os salários frente à inflação, e em repúdio ao empréstimo solicitado pelo governo de Mauricio Macri ao Fundo Monetário Internacional (FMI), entre outras reivindicações.
Já na Praça, se somaram à manifestação delegados e trabalhadores do Metrô da capital argentina que também estão em greve. A exigência dos metroviários é similar: maior aumento salarial que aquele oferecido pelo governo, fim das sanções aos funcionários que participaram dos protestos, principalmente a libertação de 20 lideranças que foram presas.
“Aqui estamos todos os docentes do país brigando, exigindo a resolução dos conflitos”, disse Sonia Alesso, presidente da Confederação de Trabalhadores da Educação da República Argentina (CTERA), principal entidade que convocou a chamada Marcha Federal Educativa. “Essa política econômica, social e educativa de Macri é ditada pelos que lucram com a especulação. O dinheiro que pediram ao FMI não vai ser aplicado em nada que favoreça o povo. Nada disso irá para a educação, só implicará em mais ajuste para garantir a especulação financeira. Temos que dar um basta nisso”, afirmou. O orçamento de Educação para 2018 teve um corte de 9% em relação ao de 2017, já considerado pelos professores insuficiente.
“Somos centenas de milhares de docentes que estamos reclamando por educação e acho que tem que nos ouvir e parar de sucatear as escolas imediatamente”, afirmou Roberto Baradel, Secretário Geral do Sindicato Unificado de Trabalhadores da Educação de Buenos Aires (SUTEBA). O líder sindical assegurou que exigirão um aumento de 30%, em lugar dos 15% oferecido pelo governo e a incorporação de uma cláusula de atualização automática.
METROVIÁRIOS
Os trabalhadores do metrô de Buenos Aires decidiram realizar uma greve geral depois que, na terça-feira, 22, quando realizavam uma paralisação de duas horas contra a negativa do governo da cidade de Buenos Aires de discutir a questão salarial, foram reprimidos com extrema violência, quando desceram para ficar nos trilhos e impedir a circulação dos trens.
Desde meados de abril os metroviários desenvolvem um plano de luta, abrindo as catracas gratuitamente durante algumas horas, em exigência da reabertura da discussão salarial (paritária) da que foram afastados e rechaçam os 15% a ser pago em três cotas, o que está muito abaixo da inflação estimada em 30%.
Assista ao vídeo da passeata
Lo que el Macrismo no quiere que se vea!
Publicado por AEROM Noticias em Quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018