O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, senador Angelo Coronel (PSD-BA), afirmou que “marginais das redes sociais” estão “utilizando neste momento de pandemia para passar falsas informações e atentando contra a vida das pessoas”.
A CPMI foi prorrogada até outubro.
O governo utilizou de pressões e várias manobras para impedir a prorrogação. À frente da articulação contra a CPMI esteve o senador Flavio Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, que tentou retirar assinaturas de senadores e evitar a continuação dos trabalhos da comissão. Não conseguiu, porque, além de sobras de assinaturas, as que eram retiradas foram substituídas por outras novas.
Para o senador Ângelo Coronel, a prorrogação permitirá que os parlamentares encarem uma terceira etapa de trabalho, aprovando os requerimentos já apresentados e fazendo as oitivas necessárias para conclusão das investigações.
“Esperamos também abrir um foco de investigações em cima de perfis que estão utilizando neste momento de pandemia para passar falsas informações e atentando contra a vida das pessoas. São verdadeiros marginais das redes sociais, que utilizam do anonimato, achando que jamais serão descobertos”, apontou o presidente.
O requerimento de prorrogação obteve o apoio de 209 deputados e 34 senadores e aguardava leitura desde 11 de março. O texto foi lido na quinta-feira (2) durante sessão virtual do Congresso.
“O prazo final para retirada ou inclusão de novas assinaturas era meia-noite. Dez senadores retiraram, ficamos no prazo limite de arquivamento, mas conseguimos mais sete assinaturas”, afirmou Angelo Coronel.
“Provavelmente, neste último turno dessa CPI conseguiremos sair com o relatório lavrado pela deputada Lídice da Mata (PSB-BA), que é a relatora, e com a aprovação desse relatório no plenário da comissão, para que possamos com isso encaminhar ao Ministério Público e que ele venha indiciar as pessoas que merecem ser indiciadas”, disse Coronel.
As atividades da CPMI estão interrompidas desde 17 de março, quando, em decorrência da epidemia de Covid-19, foi cancelada a última reunião prevista. “Mesmo com o dever de continuarmos em isolamento social, os trabalhos de investigação dos responsáveis por fake news não podem parar”, afirma Lídice da Mata.
“Conversaremos com o presidente da CPMI para que possamos viabilizar os trabalhos. É preciso coibir a proliferação de inverdades”, afirma a relatora, lembrando que recentemente houve dois casos de notícias falsas compartilhadas por pessoas públicas.
“Uma delas foi do próprio presidente da República ao postar um vídeo falso sobre um possível desabastecimento na central de alimentos de Minas Gerais, por conta dos efeitos econômicos do Covid-19”, criticou a parlamentar.
Com informações da Agência Câmara de Notícias e do G1