Além de Roland Garros, o ministro indicado por Bolsonaro assistiu também à final da Champions League e o GP de Mônaco. Tudo pago pelo advogado Vinícius Peixoto Gonçalves, dono da aeronave
O ministro Kássio Nunes Marques, indicado por Bolsonaro para o Supremo Tribunal Federal (STF), como todo bom bolsonarista que se preze, também é chegado a uma rachadinha. Fez uma viagem bate-e-volta de Brasília a Paris no fim do mês passado com tudo pago por um advogado com interesses no STF.
A viagem tinha um destino muito importante: assistir à final da Champions League e a jogos do torneio de tênis de Roland Garros. A denúncia é do colunista Rodrigo Rangel, do Metrópole.
O Tour, que além do ministro, contou com a presença de seu filho, usou um jatinho luxuoso Citation X ao custo de, pelo menos, R$ 250 mil e também incluiu, além de Roland Garros e a final da Champions League, o GP de Mônaco.
Tudo foi pago pelo “mecenas desinteressado”. A aeronave, de prefixo PR-XXI, tem como sócio o advogado Vinícius Peixoto Gonçalves, dono de um escritório no Rio de Janeiro com causas no Supremo.
Foi este mesmo advogado quem ofereceu o avião ao ministro para a viagem. Vinícius Gonçalves atua em processos em curso no STF e já foi denunciado pelo Ministério Público Federal como operador financeiro do ex-ministro das Minas e Energia Edison Lobão. O nome dele apareceu nas investigações sobre pagamentos de propina relacionados às obras da usina nuclear de Angra 3.
Nunes Marques embarcou dia 26 de maio, uma quinta-feira, e retornou no dia 30, na terça-feira. O ministro beneficiário da viagem de luxo, bancada por um advogado com causas no STF, inicialmente negou que tivesse viajado. Depois soltou nota dizendo que o advogado não pagou nenhuma despesa do ministro. É verdade, ele só colocou o jatinho à disposição, levou-os para a França e os trouxe de volta. Só pagou a gasolina.