
Duas pesquisas sobre a situação do governo Bolsonaro foram realizadas quase ao mesmo tempo, a do IPESPE, por encomenda da XP, foi feita entre 13 e 15 de janeiro e divulgada na quinta-feria (16), e a outra, da MDA, a pedido da CNT, foi feita entre 15 e 18 de janeiro. Esta última foi divulgada na quarta-feira (22).
Há tendências conflitantes nas duas pesquisas. O levantamento do IPESP é feito mensalmente e o da MDA foi realizado em agosto do ano passado e outro em janeiro de 2020.
Na pesquisa do IPESP há uma queda de apoio a Bolsonaro na comparação entre agosto do ano passado e janeiro deste ano. Em agosto a avaliação positiva (ótimo e bom) do governo era de 33% e, em janeiro, ela cai para 32%.
Na pesquisa MDA, a avaliação positiva em agosto era de 29,4% e, em janeiro deste ano, ela foi para 34,5%. Enquanto o IPESPE captava uma tendência de queda, o MDA aponta em direção oposta, mostrando elevação do apoio.
Da mesma forma, a avaliação negativa do governo (ruim ou péssimo) cresceu na pesquisa do IPESPE entre agosto do ano passado e janeiro deste ano. Foi de 38% em agosto para 39% em janeiro.
Enquanto isso, a pesquisa MDA captou uma queda na avaliação negativa do governo. Em Agosto 39,5% dos entrevistados achavam o governo ruim ou péssimo e em janeiro esse número caiu para 31%. Enquanto no primeiro instituto há um crescimento da rejeição, no segundo há uma queda.
Na pesquisa do IPESPE, a figura da Presidência da República registrou um salto expressivo de desconfiança: em dezembro de 2018, antes da posse de Bolsonaro, eram 36% os que diziam confiar no Executivo. Esse número saltou para 45% no quarto mês de seu mandato e voltou a 37% agora.
Já na pesquisa do MDA a avaliação positiva da figura de Bolsonaro subiu de 41% em agosto para 47,8% em janeiro. A duas pesquisas tiveram abrangência nacional e as tendências nos seus resultados não estão caminhando em sentido contrário.
A avaliação de especialistas sobre a pesquisa da MDA é de que, se ela estiver certa, a melhora do humor em relação à situação do país pode estar relacionada à liberação do FGTS e ao pagamento do 13º do Bolsa Família. “Além de haver uma sensação de que a economia começou a crescer”, avaliam.
Houve, de fato, no final do ano passado e início deste ano, uma grande campanha midiática de que o Brasil já estava em franco crescimento. As expectativas não se confirmaram até agora e, por isso, devem influir negativamente nos próximos levantamentos. Na opinião de Vander Costa, presidente da CNT, “não é uma situação que você pode falar que está definida”.
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