Mendes suspende processo do ‘cumpadre’ Barata Filho no Rio

Gilmar foi padrinho de casamento da filha do empresário. Além disso advogado do seu escritório também advoga para Barata Filho

Gilmar Mendes suspendeu, na última terça-feira (7), a ação penal contra o dono do maior conglomerado de transportes do Rio, Jacob Barata Filho, que seria interrogado nesta semana pelo juiz federal Marcelo Bretas. A ação penal contra o empresário tramitava na Justiça do Rio de Janeiro.

O ministro acatou o pedido de suspensão feito pela defesa de Barata Filho, investigado no âmbito da Operação Ponto Final, um desdobramento da Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro que apura o desvio de até R$ 500 milhões do setor de transportes do estado, sob o comando do ex-governador Sérgio Cabral.

A defesa alegou que o processo deveria tramitar na 5ª Vara Federal, e não na 7ª Vara, onde atua o juiz Marcelo Bretas, que fixou sua competência para relatar o caso após Barata ter sido preso em julho de 2017, quando tentava embarcar para Portugal.

Os argumentos apresentados pela defesa foram suficientes para Gilmar Mendes conceder a liminar para suspender a ação penal até o julgamento do mérito definitivo no STF, que ainda não tem previsão para ocorrer. Gilmar Mendes, que tem ligações íntimas com Barata Filho, concedeu três habeas corpus que tiraram o mafioso dos transportes da prisão.

Em agosto de 2017, a força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro levantou a suspeição de Gilmar Mendes no caso de Barata e apontou que o ministro foi padrinho de casamento da filha do empresário e que um advogado do escritório de Gilmar também advoga para Barata Filho.

Para o ex-procurador geral da República, Rodrigo Janot, considerou, em julho de 2017, a suspeição de Mendes. “Há entre eles vínculos pessoais que impedem o magistrado de exercer com a mínima isenção suas funções no processo” declarou Janot.

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