
Em 2019, pouco mais da metade das negociações salariais resultaram em reajuste abaixo ou igual à inflação, de acordo com o Salariômetro da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Conforme o estudo, 25% das categorias de profissionais tiveram reajuste abaixo da inflação e 25,6% receberam apenas a correção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Com isso, a percentagem de acordos que tiveram reajuste acima da inflação caiu de 75,5% em 2018 para 49,4% em 2019.
Em dezembro, o reajuste mediano ficou em 3,4%, mesmo valor do Índice Nacional de Preços ao Mercado (INPC) para o mês, o que significa que metade dos reajustes ficou abaixo da inflação do período.
Os dois primeiros anos de aplicação da reforma trabalhista provocaram prejuízos aos salários da maioria das categorias de trabalhadores. O número de acordos de negociações concluídas teve uma importante redução, desde 2017, quando foi aprovada a reforma, no governo Temer. Nesses dois anos as negociações reduziram de 30,4 mil acordos para 25,3 mil em 2018. Em 2019, houve uma leve variação no resultado, com 25,7 mil acordos.
Entre outras medidas, a reforma trabalhista criou mecanismos para dificultar a contribuição sindical, o que foi aprofundado pelo governo Bolsonaro, fragilizando as entidades sindicais e dificultando ainda mais a organização dos trabalhadores para as negociações coletivas.