
Os metalúrgicos da Avibras aprovaram, em reunião da Assembleia Geral de Credores (AGC), na última segunda-feira (26), o plano alternativo de recuperação judicial da empresa, apresentado pela Brasil Crédito Gestão Fundo de Investimentos e Direitos Creditórios.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos, que representa os trabalhadores da Avibras na assembleia, o plano prevê a destituição do atual proprietário, João Brasil Carvalho Leite, com a nomeação judicial de um interventor, e a negociação dos salários atrasados e direitos devidos aos trabalhadores atingidos pela crise financeira da empresa. Agora, a proposta será apresentada à Justiça, que deverá homologar os termos acordados.
“A saída de João Brasil foi uma importante vitória. A Avibras voltando a funcionar será uma grande conquista dos trabalhadores. O Sindicato tem orgulho de estar na linha de frente dessa luta em defesa dos direitos e pela volta da principal indústria de defesa do país. Infelizmente, em momento algum pudemos contar com o governo federal, que se manteve omisso. Só chegamos até aqui graças à garra e à luta dos trabalhadores”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.
Desde que a Avibras entrou com pedido de recuperação judicial, em 18 de março de 2022, foram três anos de mobilizações em defesa dos salários e empregos. A empresa chegou a demitir 422 funcionários, mas os cortes foram revertidos após ação movida pela entidade.
Em relação aos trabalhadores, ficaram acertadas as seguintes condições: parcelamento em 48 meses dos valores referentes a 25 salários, 13º, férias e FGTS que estão atrasados; conversão das multas trabalhistas em 10% das ações da Nova AVB, quando acontecer a abertura de capital social; todos os trabalhadores que retornarem à fábrica terão seus direitos preservados e estabilidade no emprego por no mínimo 90 dias.
Por meio de nota, a Avibras informou que “a companhia se posicionou contrariamente à deliberação do plano alternativo proposto pela Brasil Crédito”, e que, “apesar de respeitar a decisão soberana dos credores, que optaram por dar andamento à votação e aprovar o referido plano, a Avibras entende que o ato foi revestido de diversas nulidades, as quais serão oportunamente submetidas ao crivo do Poder Judiciário”.