Durante manifestação dos trabalhadores na porta da Ford, no ABC paulista, na quarta-feira, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Wagner Santana, disse que “a categoria vai continuar mobilizada pela garantia dos seus empregos e pela continuidade da Ford em São Bernardo do Campo. Nossa luta será dura, na proporção do aviso que a Ford emitiu”, afirmou.
“A atitude da Ford é de total desrespeito com os trabalhadores. Não podemos admitir que sem levar a sério as negociações em andamento ela anuncie seu fechamento, colocando milhares de trabalhadores à deriva, dizendo simplesmente que quer optar por outro tipo de mercado”, criticou o sindicalista.
Dados da Anfavea e do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) indicam que cada emprego na montadora gera pelo menos nove outros empregos. O fechamento da fábrica, que emprega 2,8 mil metalúrgicos e outros 1,5 mil terceirizados, geraria, na cadeia automotiva, incluindo concessionárias e fornecedores, o desemprego de cerca de 24 mil trabalhadores.
“Além de mobilizar os trabalhadores, vamos tentar contato com os governos federal, estadual e municipal para tentar garantir a continuidade das operações locais da Ford”, comentou o sindicalista, destacando que foi uma surpresa total o anúncio do fechamento em pleno processo de negociação com a montadora.
A assembleia que estava marcada para hoje (21), foi transferida pelo sindicato para a próxima terça-feira, na porta da fábrica. Até lá, por orientação do próprio sindicato, os trabalhadores continuam parados.